O 7 de setembro há tempos não mexe com o brio patriótico dos brasileiros. O que houve com o orgulho da Pátria?
Parece ter ocorrido um lamentável paradoxo no curso do processo de redemocratização do país, no final dos anos 80.
Depois de passar por quase três décadas sob regime autoritário, advindo do golpe de Estado dos militares em 1964, o Brasil perdeu a capacidade de se orgulhar dos seus símbolos patrióticos, tais com a Bandeira e Hino nacionais. As esquerdas, os movimentos sociais, entidades de direitos humanos etc, contribuíram, em certa parte, com essa “despatriotização” do país, por assim dizer.
Não que esses setores da sociedade não sejam patriotas ou não tenham orgulho do país, não é isso. Mas é que a ditadura militar deixou marcas tão profundas e dolorosas na alma do povo, que os simbolismos da Pátria passaram a ser traduzidos como “ideologia da repressão”.
Lembro que cuspir na Bandeira Nacional, por exemplo, era um gesto grandioso de amor ao país, de repúdio à opressão, mas de apologia à liberdade. Qualquer coisa que remetesse ao regime militar era desprezado e hostilizado, e como os símbolos nacionais eram explorados em demasia pelos “generais”, viraram alvo de repúdio de boa parte dos brasileiros.
O fato é que a redemocratização do Brasil foi capenga no sentido de que não conseguiu separar, o que era máquina de propaganda da repressão, do real significado cívico de amor à Pátria e aos seus símbolos enquanto identidade de soberania do nosso país.
Por fim, ressalta-se que nenhum governo pós-redemocratização conseguiu resgatar o nosso orgulho pela Pátria Brasil de forma efetiva. Aquelas bandeirolas (do Brasil) de papel são vistas quase que somente durante o 07 de setembro, e mesmo assim em atos oficiais do governo. Em eventos organizados por entidades civis organizadas não são vistas. Aliás, essas bandeirolas são difíceis até de encontrá-las nas lojas dos dias atuais…
É preciso, portanto, recuperamos o amor à Pátria, exibir orgulhosamente os nossos símbolos patrióticos, abraçar e beijar a nossa bandeira, e voltar aprender a cantar o nosso hino. É preciso resgatar o nosso nacionalismo sadio, sem xenofobismos ou sentimentos de culpa pelo nosso passado recente de opressão.
O Brasil e o povo brasileiro são maiores do que todos os erros cometidos no passado.
Viva a Pátria Brasil!
