O
deputado estadual Walter Alves, líder do PMDB na Assembleia
Legislativa, criticou a falta de visão estratégica do governo Rosalba
Ciarlini (DEM), ao vetar esta semana projeto de sua autoria que
revitalizaria o setor de Gás Natural Veicular (GNV) no Rio Grande do
Norte. Ele confirma que irá atuar para derrubar o veto na Assembleia
Legislativa.
“Lamento essa decisão do governo, um projeto que iria revitalizar o
GNV e geraria mais emprego, e que, em médio prazo, iria retornar através
dos impostos. Isso mostra uma falta de visão do governo, na minha
concepção. Agora, irei trabalhar para tentar derrubar o veto, para que o
projeto possa se tornar uma realidade”, disse Walter.
A redução do imposto para veículos convertidos já é realidade no Rio
de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e no Paraná. Além
disso, vários outros estados, como Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e
Santa Catarina, estão com seus processos bastante adiantados para a
concessão do benefício.
Walter Alves criticou ainda a miopia desenvolvimentista da gestão
Rosalba Ciarlini, ao não visar medidas que, no médio e no longo prazo,
gerarão resultados positivos para o Estado. “Fui procurado para propor
esse projeto, que revitaliza essa cadeia importante. Foi feito um estudo
aprofundado, mas, infelizmente, o governo vetou. Discordo da decisão,
que iria revitalizar e gerar emprego para o Estado, num momento em que
tem aumentado o desemprego por aqui”.
Politicamente, Walter foi “comunicado” do veto pelas páginas do
Diário Oficial do Estado. “Infelizmente, com relação ao PMDB da
Assembleia Legislativa, não há a menor interlocução com o governo. O que
nós sabemos é através dos jornais”, explicou.
Segurança
O deputado criticou a devolução de recursos destinados ao setor de
segurança pública pelo governo do Estado, na semana passada. Para ele,
isso aconteceu por falta de planejamento. Neste sentido, o peemedebista
defendeu o aprimoramento da gestão pública, de modo que se torne mais
eficiente. “A gestão pública tem que se otimizar, aprimorar, dinamizar.
Tem que ser uma gestão mais eficiente”, disse.
No final da legislatura passada, Walter Alves apresentou projeto que
destina percentual mínimo de 9% do OGE para investimentos em segurança
pública. Segundo ele, a Paraíba, estado maior e que tem OGE menor que o
do RN, investe proporcionalmente mais em segurança pública do que o
estado potiguar.
“Lá se investe algo como 11% do OGE em segurança, aqui se investe de
6,5% a 7%, ao longo de vários anos. Por esse novo projeto, o Estado fica
obrigado a investir no mínimo 9%, dando garantia aos órgãos da
Secretaria de Segurança Pública, como Polícia Civil, Polícia Militar,
Corpo de Bombeiros e ITEP, de que terão recursos assegurados, para ter
planejamento estratégico e para não ocorrer o que está acontecendo
agora, ter parcos recursos e o governo, mesmo com falta de recursos,
remaneja”, disse, referindo-se à retirada de R$ 11 milhões da Segurança
esta semana, para compor a folha de julho dos servidores.
A melhoria dos serviços vitais e fundamentais – como segurança, saúde
e educação -, também é cobrada pelo parlamentar. “Essas noticias de
devolução de recursos são ruins, por essa falta de planejamento que o
governo tem tido”. Segundo Walter, “é lamentável o governo ter uma perda
de recursos federais por falta de projetos”. (AV)
Deputado líder do PMDB vai cobrar explicação do Governo Rosalba sobre crise financeira do Estado
Sobre a crise financeira que assola o Estado, o deputado Walter Alves
disse que, como deputado estadual, irá cobrar explicações do governo no
retorno da Assembleia, no início de agosto. “Irei requerer e convidar o
setor de planejamento do governo para que possa explicar a situação e
dizer que medidas o governo está adotando para tirar o Estado da crise. É
saudável lembrar que o Estado é perene, já o governo é transitório.
Temos que pensar o Estado daqui há quatro, oito, doze anos”.
Para o deputado, a situação é preocupante, haja vista a queda de
receitas como o Fundo de Participação dos Estados (FPE). No entanto, ele
recorda que a arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), responsável por parte considerável dos recursos do
Estado, mantém-se em alta.
“A situação é preocupante, nós sabemos que caiu o FPE, mas o ICMS tem
crescido. Comparado com a Paraíba, que tem previsão orçamentária em
torno de R$ 9,5 bilhões, o RN é um estado menor que tem previsão
Orçamentária maior, de aproximadamente R$ 11 bilhões, e o governo da
Paraíba tem feito, pelo menos, o dever de casa”, afirmou.
Walter voltou a lamentar que o governo Rosalba não tenha tomado
medidas saneadoras das finanças no início da gestão, o que teria evitado
a atual crise nas finanças. “Geralmente um governo no seu começo
procura fazer um choque de gestão, para aumentar a capacidade de
investimento com recursos próprios. No governo Garibaldi, o Estado tinha
11% de capacidade de investimento com recursos próprios, hoje tem 1%”,
compara.
Ainda segundo o peemedebista, no seu começo o governo Rosalba tinha
mais condições, inclusive políticas, para promover as reformas
necessárias, o que não foi feito. “Como, por exemplo, fazer esse corte
no custeio ruim, mas o Estado procrastinou isso. Hoje, o Estado vive uma
situação ruim porque, segundo o governo, o Estado não tem recursos, e, a
cada ano, o Estado vai comprometendo sua capacidade de endividamento, o
que é a mesma coisa do cidadão que não tem mais recursos próprios e
vive de pegar empréstimos”, ilustrou.
Fonte: O Jornal de Hoje