Sem a reforma política, que a classe, sobretudo o Congresso Nacional,
não fez e continua postergando ao longo de mais de 20 anos, o problema
do financiamento das campanhas eleitorais tem ganhado contornos mais
graves.
A cada nova eleição, os gastos com campanhas são maiores, o que
compromete seriamente a lisura e o equilíbrio do processo eleitoral,
comprometendo a legitimidade da democracia brasileira. Não por acaso, o
Brasil é hoje o país onde mais se gasta com campanhas eleitorais,
inclusive superando superpotências como os EUA.
No nosso Rio Grande do Norte, esta situação ganha contornos dramáticos, pois a avaliação que
se faz, nos bastidores do próprio meio político, é que estas eleições de 2014,
especialmente para deputados estaduais e federais, serão contaminadas
pelo abuso do poder econômico, de forma sem precedentes.
Fala-se em campanhas milionárias para deputado estadual e federal,
inviabilizando a eleição de candidatos potencialmente bons, em termos de
densidade eleitoral, mas sem condições de fazer frente a esta escalada
financeira. Quem tem mais dinheiro tem a eleição garantida. Essa parece
ser a máxima.
Alguns nomes já surgem como protagonistas desta batalha financeira por
voto. Todos pré-candidatos a deputados federais. Quanto à disputa por
uma vaga na Assembleia Legislativa, o problema é também verificado.
Tais políticos estariam trabalhando com plataformas milionárias, e
fazendo a diferença em termos de cooptação de lideranças políticas no
interior, presa fácil dos candidatos endinheirados e suas ofertas
generosas. Para qualquer liderança local, que prometa 1.000 votos, algo
em torno de R$ 150 mil, guardadas as especificidades de cada caso.
Compra de votos
Para pré-candidatos descontentes com esta situação, lideranças, como
prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, ex- vereadores e ex candidatos a prefeitos nas eleições de 201, antes
tradicionalmente ligadas a eles, estão aderindo de maneira instantânea
às propostas financeiras feitas por pré-candidatos remediados. Este
fenômeno estaria acontecendo, na prática, em quase todos os municípios Potiguar.
Mas os problemas decorrentes desta distorção não se resumem à cooptação
clientelística de lideranças, mas também à compra do voto, o que
caracteriza corrupção eleitoral, portanto, crime passível de cassação.
Com tanto dinheiro circulando clandestinamente nos bastidores de um
processo eleitoral tão importante, que decidirá os rumos do Rio Grande do Norte nos
próximos anos, é necessário que o Ministério Público Eleitoral
intensifique a fiscalização, no sentido de tentar coibir esta distorção.
Afinal, de onde vem tanto dinheiro, se não está declarado oficialmente no rol das receitas verificadas nas prestações de contas dos candidatos? Qual a origem desses recursos, se nada consta nas contas bancárias e declarações patrimoniais desses políticos? É preciso abrir o olho.
Afinal, de onde vem tanto dinheiro, se não está declarado oficialmente no rol das receitas verificadas nas prestações de contas dos candidatos? Qual a origem desses recursos, se nada consta nas contas bancárias e declarações patrimoniais desses políticos? É preciso abrir o olho.
Do Blog: O certo é, se o candidato tem dinheiro, ele pode ser o pior de todos, mas com certeza será o escolhido pela maioria dos eleitores. Isso é caso público e notório,e o resto é conversa pra boi dormi. Tem dinheiro se elege, não tem pose ser um santo não passa nem por perto.