Muito
já foi dito a respeito do nosso destino trágico e inalterável, que é a
morte. Mas a morte em si, não é uma tragédia, porque, o que é a morte?
Segundo os filósofos gregos, a morte é a ausência da vida. Na realidade,
o nosso fim trágico é a velhice, que produz no homem impotência,
degeneração, carência afetiva e solidão.
Um
destino mais trágico ainda - é aquele que é reservado às pessoas
idosas: a solidão, o isolamento e o esquecimento. Hoje, poucas são as
pessoas idosas que permanecem nos seus lares e vivem cercadas de pessoas
da sua própria família. Nos dias de hoje, poucos são os velhos que
recebem atenção, carinho e dedicação dos seus entes queridos. É que com o
surgimento dos asilos, os filhos e netos para aplacarem as suas
consciências abandonam os seus pais e avós nesses lugares, onde a
solidão é ainda maior, porque só esporadicamente, aqueles que vivem
confinados em asilos, mantêm contato com os seus parentes.
As
visitas às pessoas idosas em asilos são superficiais e artificiais,
porque são feitas, como que para mostrar, justificar aos ‘cuidadores'
dessas pessoas que os mesmos não foram abandonados pelas suas próprias
famílias. É que o tempo dedicado às visitas é exíguo. Uma vez por mês e
olhe lá.
A
tristeza e a solidão matam mais e mais depressa do que qualquer doença,
porque o velho que vive mergulhado na solidão perde o interesse pela
vida e desiste de lutar por ela.
Sem
exemplos de dedicação, atenção e respeito dos pais, a criança de hoje
será no futuro um adulto que tratará os seus pais e avós, com a mesma
indiferença. Um bom exemplo dos pais poderá inverter uma tendência cada
vez mais acentuada.
por Tomazia Arouche