Hoje vamos falar
sobre a amizade dos políticos (com raras exceções) a qual se situa entre
o obscuro e o irrelevante, e tem origem em situações vividas por mim e
por outras pessoas que tiveram a oportunidade de passar por diversas
experiências nesse campo cheio de incertezas e decepções.
Os conceitos de
amizade e inimizade transitam no dia a dia da política com certa
desenvoltura e falsidade. Aliás, o realismo político desconfia muito da
amizade. Ela pode ser ocasionalmente aceita, conservada, aquecida,
disfarçada e até menos prezada, a depender dos interesses de ocasião ou
colocada em evidência para atender interesse eleitoral, é quando se faz
importante demonstrar publicamente que o grupo exige capacidade e
competência e assim unido em torno de uma ação partidária ou de uma
mesma tendência.
Dai vem a pergunta:
Governar com amigos ou com adversários? (veja que eu não disse
inimigos). A pergunta não deixa de ser provocativa. É sem dúvida uma
verdadeira questão legítima, principalmente quando se comparada a real
prática política, gostemos dela ou não.
O pensamento
realista, o individualismo na busca do poder, pelo político partidário,
demonstra e confirma que o homem, prefere sempre lidar com interesses à
lidar com sentimentos.
Interesses são definidos, são quantificáveis (dinheiro) e suscetíveis de negociação.
Sentimentos são
volúveis e exigem reciprocidade que não podem ser ofertadas por eles. É
melhor soluções quantificáveis, pois essas podem ser controladas, do que
posições sentimentais que são plenamente instáveis.
A Atmosfera do poder,
se não torna a amizade impossível, por certo lhe impõe tensões muito
desagradáveis, No mundo em que o governante desenvolve suas atividades
por vaidade e interesse, não há muito espaço para amizades.
A verdade é que
amigos políticos exigem muito e esperam demasiado, na forma de atenção,
consideração e compreensão. Eles atribuem um significado ao conceito de
lealdade dos seus correligionários e eleitores para com eles, que
costuma extrapolar em muito os limites consideráveis tolerantes. Não
existe nas atitudes e decisões políticas lealdade com os companheiros.
Esses correligionários foram usados apenas como massa de manobra.
Montar um grupo e
escolher entre os fieis líderes para candidatarem-se, requer muita
experiência, e muitas vezes aceita-se qualquer que seja o cidadão,
independentemente de questões ideológicas, simplesmente para compor uma
maioria e depois de eleitos avaliarem a posição partidária e exigir que
as composições sejam feitas de acordo com o pensamento do chefe
político, sem entender que o líder é um representante escolhido por um
povo, por uma classe ou por uma maioria que lhe deu a vitória, logo! Ele
é um líder e não um chefe.
Na verdade há
políticos que chegam ao poder, na maioria deles, esquecem os amigos mais
simples e exigem lealdade. Esquecem que a moeda tem dois lados.
Trocam de posição
política sem consultar seus eleitores, eles são procurados para votar.
Votam acreditando em tudo o que foi dito durante a campanha, mas no
momento de mudar de partido o eleitor não existe, a não ser como
densidade eleitoral (votos), que podem ser facilmente cambiado para a
nova sigla partidária.
Os antigos
adversários políticos passam a ser “amigos correligionários”, para os
seus eleitores eram desafetos do líder, que anteriormente provocaram
brigas, inimizades, agressões verbais e físicas. Os seguidores ficam
abandonados sem saber o que fazer ou dizer, os seus inimigos de outrora,
antigos adversários do seu líder político, agora são amigos e
correligionários.
Tudo isso por que
eles desenvolveram uma amizade exagerada, acreditaram no que não devia
gerando uma expectativa que nunca seria alcançada. Por isso a moeda
política é uma moeda poderosa, compra os ambiciosos e destrói os fracos
de caráter.
São esses os motivos
ridículos para aqueles que se consideram amigos do poder, estão sempre
com um pé na beira do precipício da decepção, São eles considerados
onerosos aos governantes.
É preciso saber
distinguir a amizade na vida privada e na vida pública. Na vida privada
são poucos, mas são valiosos. Na vida pública os políticos só procuram
as amizades e fazem questão de afirmá-las quando chegam as eleições, dai
por diante fica tudo bom e todos são amigos, não existe ninguém com
problema, tudo é resolvido, há promessa pra tudo até para retirar
adversários da oposição e fazer parte de governo e assim vai.
Concluída a eleição, o
novo governante, munido de sua legitimidade de poder, mesmo depois de
ter enganado a Gregos e Troianos, passa a ser o governante de todos: dos
que apoiaram e dos que se opuseram. Com essa autoridade, pode até
convidar ex-adversários, dirigentes de seguimentos da sociedade,
péssimos funcionários públicos, que por sinal com vários vínculos
empregatícios, para integrar sua administração, tudo vai depender dos
interesses políticos ou quantificáveis.
Ora a adesão de um
adversário sempre significa um enfraquecimento do bloco de oposição.
Senão quantitativo por certo qualitativo. Aos olhos do povo, o apoio de
um adversário, valerá muito mais do que o mesmo apoio de um aliado fiel.
E assim começa a oferecer contratos para esses valiosos eleitores e na
realidade quem perdeu mesmo foram aqueles que votaram no governante, que
visa tão somente os seus interesses, ah! Esses sim, é que não foram
validos de nada. Por que na realidade a equipe de governo montada
engloba família valendo assim o nepotismo e novamente a decepção de não
serem incluídos, principalmente quem tem capacidade, e perdem o momento
de ser aproveitado dignamente, por quem não tem nenhuma qualificação de
exercer funções administrativas diante de uma sociedade. E isso é o que
mais acontecesse em nossa realidade.
No final das contas, e são muitas contas, os oportunistas são mais úteis que os amigos. Será? Quem viver verá!
Vamos dar tempo ao
tempo e oportunamente, quem sabe, concertar um erro do passado já que
não temos futuro pelo equívoco lançado no presente...
Existem efeitos colaterais ao exercício de um governo mal intencionado.
Vou listar apenas 2 de forma rápida:
1 –
articuladores políticos que pensam ser capazes onde na realidade são
bajuladores, além de tendenciosos, fazem uso da população desinformada
como massa de manobra em benefício próprio;
2-
Sob uma administração medíocre, o governo é tão ruim que governos
anteriores e/ou péssimos começam a parecer bons ou até mesmo ótimos.
OBS.: Favor não confundir opiniões e reflexões de posições políticas com oposição, não tome pra si a matéria, porque qualquer semelhança com fotos, fatos neste blog terão sidas pura coincidência.
Créditos do blog: Montanhas em Ação (Recomendo a leitura).