Uma armadilha está sendo plantada no coração da administração pública municipal de Lagoa Nova. O objetivo é fazê-la
explodir mais tarde nas mãos do atual prefeito. Do que estou falando? Estou
falando do inchaço da máquina pública promovido pelos que se dizem
“donos dos votos”.
Entrincheirados em algumas das principais secretarias – entre elas saúde
e educação, eles estão transformando esses órgãos em verdadeiros
cabos de guerra. Em zonas de combate. A ideia é fortalecer o grupo dos
que só pensam na eleição futura. Nem que para isso tenham que fazer
festa com o chapéu alheio. Nem que para isso tenham que estender a mão a
os agiotas de plantão que vem songando o erário público a muitos anos
Há notícias de que já existem mais de duzentas pessoas contratadas na nova gestão. Segundo relatos de pessoas entendidas no assunto, muitos desses funcionários não têm
qualificação necessária para os cargos que ocupam. Ficam, na maioria das
vezes, acotovelando-se pelos corredores de hospital, colégios e secretarias sem saber o que
fazer. Na zona rural, há coisa também está mal: há mais vigias nas escolas
do que alunos. Algumas têm até cinco vigilantes.
No fundo, o que essa gente está fazendo é apenas repetir velhas práticas
clientelistas típicas do tempo em que se distribuíam terras públicas
indiscriminadamente para satisfazer aliados, do tempo em que os
professores ficavam vários meses sem receber, do tempo, enfim, em que
não havia nenhum controle sobre a atividade administrativa. E o que é
pior: sempre deixando o prejuízo político para a nova gestão.
Eis a prova concreta de que o grupo do “político ultrapassado” não
evoluiu. Daí a tentativa de implantar um administração paralelo, com todas as
marcas populistas que fizeram a fama “do grande líder”, mas que deixaram
o município quebrado e o povo ainda mais pobre. Esse tipo de
comportamento não cabe mais nos dias de hoje. Nem a população está
disposta a pagar a conta pela irresponsabilidade de uns poucos.
Está na hora de dar um basta nessa situação. Uma coisa é aliança
política; outra é traição. Uma coisa é trabalhar em parceria; outra é
boicotar quem está querendo fazer alguma coisa pelo povo. É preciso,
portanto, estabelecer limites; mostrar quem é quem no jogo. Quem tem o
poder de decidir e quem está para cumprir ordens. Caso contrário, esse
terreno minado em que está se transformando a administração ainda pode
explodir no colo de quem menos merece "o atual gestor".