terça-feira, 26 de novembro de 2013

MULHER BRASILEIRA; TODO CHARME, SIMPATIA E BURRICE ...

Eu tô cansado de saber que os leitores, em sua maioria, não gostam nem um pouquinho de ler os meus textos, quando eles (os textos) são tristes ou violentos. Filme triste, novela violenta, ainda vá lá, mas, crônica-drama ninguém merece.
Não tenho boas notícias, amigos. Esta crônica não somente é triste, mas, violenta também. Dou-lhes uma. Dou-lhes duas. Dou-lhes três. Os olhos incomodados que se retirem. Sem ressentimentos, cambada. Para amenizar a agonia daqueles que continuarem comigo pelas linhas seguintes, hei de me esmerar no sarcasmo e na fina ironia, para não ser tão grosseiro quanto pareço desde o título.

O ser humano — única criatura da galáxia que gosta e sabe torturar — é capaz de proezas incríveis como, por exemplo, decifrar o genoma, fazer o quadradinho de oito e barbarizar contra o semelhante, um animal e, até mesmo, uma planta. Não é brincadeira: tem gente que sente prazer em deixar uma planta secar de sede. Uns idiotas, de tão desavisados da própria estultice, agridem também os minerais, ao chutarem as pedras do caminho, ao invés de simplesmente retirá-las, como ensina Carlos Drummond. São uns estúpidos incorrigíveis com os artelhos fraturados.

“Para pisar no coração de uma mulher, sapatilhas de arame, alpergatas de aço…”, escreveu um talentoso trovador nordestino, um daqueles artistas que, de tão delicado e sensível, até parece mulher (é o que se diz de um homem meigo). Há quem se vingue da poesia ao desdenhar que a lira seja coisa de veado. Sei muito bem pelo que passa um poeta metido com as infindáveis incompreensões do mundo. Já fui poeta, eu sei. Veado não fui, nem sou. Mesmo assim, espero que ainda me queiram bem, por gentileza.

Nádegas à parte, a polêmica que move as resenhas de uns milhares de cidadãos nos últimos dias, aqui na minha aldeia idiota (favor não confundir com “Aldeia, Aldeota” que o Ednardo cantou), é se o crudelíssimo crime cometido por um ex-marido truculento seria classificável como “tentativa de assassinato” ou “lesão corporal grave”. O celerado doméstico queria matar ou só machucar a sua amada?
Por Eberth Vêncio, Revista Bula