domingo, 23 de fevereiro de 2014

RN, SUCESSÃO ESTADUAL 2014: O POVO NÃO ACEITA CHAPÃO


A sucessão estadual 2014, nesse momento, parece viver a fase do “se”, como nunca antes na histórica política do Rio Grande do Norte.

Talvez, e provavelmente, pela tentativa ousada do deputado Henrique Alves (PMDB) de construir um acordão para ser candidato único ao Governo do Estado, sem permitir, dessa forma, a disputa democrática. Se fosse no futebol, o líder peemedebista estaria trabalhando para o “WO”, que é aplicado na súmula quando não aparece adversário.

O desejo de Henrique, muito mais do que uma vaidade pessoal, é necessidade mesmo. Ele tem consciência que o eleitor norte-rio-grandense, que  já foi generoso lhe dando 11 mandatos de deputado federal, não o vê com perfil para o Executivo. Nas duas tentativas de se eleger prefeito de Natal, Henrique sucumbiu diante da rejeição popular.

Mesmo assim, ninguém pode tirar dele o direito de articular um projeto, embora quase impossível. Todavia, Henrique deveria ter levado em conta a cultura do “se” na política, pois, só assim, arrumaria melhor a estratégia para as eleições 2014. Vamos exercitar o “se”, dentro da realidade de cada grupo político:

Henrique costura a chapa com ele, a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) para o Senado e o deputado João Maia (PR) para vice e um “chapão” para a Câmara dos Deputados.

E “se” o PT não abrir mão, como de fato não abre, da candidatura da deputada Fátima Bezerra ao Senado? E se o PDT, do prefeito Carlos Eduardo e o deputado Agnelo Alves, entender que merece a vaga de vice-governador?

E se o PP, do deputado Betinho Rosado, o PMN, do deputado Antônio Jácome, o PV, do deputado Paulo Vagner, sobrarem no “chapão” da Câmara dos Deputados?

E se o vice-governador Robinson Faria (PSD) não abrir mão do projeto de candidatura própria ao Governo?

E se o senador José Agripino, líder do DEM, hoje bem próximo dos Alves, entender de respeitar a sua história e sua liderança, lançando candidato ao Governo do Estado?

E se a governadora Rosalba Ciarlini, que é do DEM de todas as horas, entender de buscar a reeleição, que é o direito legítimo e certo?

Por último, o “se” mais importante: se o eleitor entender que o que quer Henrique Alves, se eleger sem disputa, é uma agressão à democracia? Esse é o risco de quem se articula nos gabinetes e esquece do contato direto com o povo.

Os exemplos do passado bem recente estão aí para contar a história de políticos que construíram o melhor palanque e não passaram no crivo do eleitor. Portanto, estamos caminhando num processo onde o “se” está mais forte do que o “sim”.

Fonte: Cesar Santos