A sucessão estadual 2014, nesse momento, parece viver a
fase do “se”, como nunca antes na histórica política do Rio Grande do Norte.
Talvez, e provavelmente, pela
tentativa ousada do deputado Henrique Alves (PMDB) de construir um acordão para
ser candidato único ao Governo do Estado, sem permitir, dessa forma, a disputa
democrática. Se fosse no futebol, o líder peemedebista estaria trabalhando para o
“WO”, que é aplicado na súmula quando não aparece adversário.
O desejo de
Henrique, muito
mais do que uma vaidade pessoal, é necessidade mesmo. Ele tem
consciência que o eleitor norte-rio-grandense, que já foi generoso lhe
dando 11 mandatos de deputado
federal, não o vê com perfil para o Executivo. Nas duas tentativas de se
eleger prefeito de Natal, Henrique sucumbiu diante da rejeição popular.
Mesmo assim, ninguém pode
tirar dele o direito de articular um projeto, embora quase impossível. Todavia, Henrique deveria ter
levado em conta a cultura do “se” na política, pois, só assim, arrumaria melhor
a estratégia para as eleições 2014. Vamos exercitar o “se”, dentro da realidade
de cada grupo político:
Henrique costura a chapa com
ele, a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) para o Senado e o deputado João Maia
(PR) para vice e um “chapão” para a Câmara dos Deputados.
E “se” o PT não abrir mão,
como de fato não abre, da candidatura da deputada Fátima Bezerra ao Senado? E
se o PDT, do prefeito Carlos Eduardo e o deputado Agnelo Alves, entender que
merece a vaga de vice-governador?
E se o PP, do deputado Betinho
Rosado, o PMN, do deputado Antônio Jácome, o PV, do deputado Paulo Vagner,
sobrarem no “chapão” da Câmara dos Deputados?
E se o vice-governador Robinson
Faria (PSD) não abrir mão do projeto de candidatura própria ao Governo?
E se o senador José Agripino,
líder do DEM, hoje bem próximo dos Alves, entender de respeitar a sua história
e sua liderança, lançando candidato ao Governo do Estado?
E se a governadora Rosalba
Ciarlini, que é do DEM de todas as horas, entender de buscar a reeleição, que é
o direito legítimo e certo?
Por último, o “se” mais
importante: se o eleitor entender que o que quer Henrique Alves, se eleger sem
disputa, é uma agressão à democracia? Esse é o risco de quem se articula nos
gabinetes e esquece do contato direto com o povo.
Os exemplos do passado bem
recente estão aí para contar a história de políticos que construíram o melhor
palanque e não passaram no crivo do eleitor. Portanto, estamos caminhando num
processo onde o “se” está mais forte do que o “sim”.
Fonte: Cesar Santos