O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki
reconsiderou decisão e manteve 11 presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato que
mandara soltar. Com a mudança, segue preso o doleiro Alberto Youssef, acusado
pela Polícia Federal de comandar um esquema
de lavagem que
movimentou R$ 10 bilhões e teria ramificações em partidos como o PT, PP, PMDB e
Solidariedade.
O ministro mandou que as oito ações penais que resultaram da
Operação Lava Jato sejam enviadas para o Supremo. O único preso que foi liberado pelo
ministro foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O ministro decidira
soltar todos os 12 presos da operação por considerar que o juiz federal Sérgio
Moro havia invadido a competência do Supremo ao manter a investigação após
aparecerem nas interceptações deputados
federais como André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (Solidariedade-BA).
Como deputados gozam de foro privilegiado, só o Supremo tem
o poder de conduzir investigações criminais contra eles. Moro, no entanto pediu
explicações sobre o alcance da decisão, já que alguns doleiros presos estavam
envolvidos com tráfico internacional de drogas. Um dos presos citados pelo
juiz, Rene Luiz Pereira, é acusado de envolvimento com o tráfico de 750 quilos
de cocaína para a Espanha e a lavagem do dinheiro resultante desse crime.
Moro é um dos juízes federais com melhor trânsito e
prestígio dentro do STF por ter auxiliado no julgamento do mensalão, em 2012.
Ele trabalhou com a ministra Rosa Weber, especialista em direito trabalhista e
pouca familiarizada com lavagem de dinheiro. A ministra convidou o juiz porque
uma das questões centrais do mensalão era lavagem de dinheiro, tema sobre o
qual Moro é considerado uma autoridade no país.