Wilma, que tinha
condições favoráveis de disputar o governo pela terceira vez – pesquisas
de intenção de voto realizadas antes da campanha indicavam isso –
deixou de lado esse projeto para concorrer ao Senado se aliando a
Henrique Alves que sonha em chegar ao governo do estado. Sempre disse
que Wilma é uma verdadeira estrategista e que come e dorme fazendo
política. Mas parece que ela fez escola e Henrique Alves aprendeu rápido
suas lições. Ou seja, se você não pode derrotar o inimigo melhor trazer
ele para o seu lado. E foi o que fez Henrique Alves.
Ao lado do primo
senador-ministro Garibaldi Alves (PMDB) e do presidente nacional do DEM,
senador José Agripino Maia, dois ex-adversários de Wilma, que inclusive
a derrotaram na campanha passada para o Senado, quando eram duas vagas
em disputa – Gari até bem pouco tempo se orgulhava da surra de mais de 1
milhão de votos dados em Wilma -, Henrique Alves deu o que se pode
chamar um “golpe de mestre” em Wilma. Convenceu-a a sair candidata ao
Senado com apoio logístico e finaceniro a sua candidatura. A guerreira
mordeu a ísca, quando seus correligionários queriam que ela fosse
candidata ao governo.
Agora, diante das mais
recentes pesquisas de intenção de voto Wilma se vê em apuros com a sua
candidatura em queda livre e o seu companheiro de chapa, embora
estagnado nos 40 pontos percentuais, à frente do seu principal
concorrente, Robinson Faria. Os eleitores de Wilma e ela mesma devem
estar se perguntando: e os Alves não estão pregando o voto casado não?
Até tão, mas, os “bacuraus”, como são chamados os eleitores do PMDB no
Rio Grande do Norte, estes certamente que não principalmente os
garibaldistas, ou seja, eleitores de Garibaldi. A peça publicitária do
programa eleitoral de Wilma, com Garibaldi pedindo voto pra ela saiu
pela culatra. As pessoas são unânimes em afirmar que Garibaldi se mostra
visivelmente constrangido. Para quem nos últimos anos se referia a dona
Wilma como “aquela mulher” e nunca pelo seu nome, o ministro Garibaldi
Alves pode parecer tudo no programa eleitoral de Wilma, menos sincero ao
pedir voto pra guerreira.
Pra completar, o
marketing de Wilma achou pouco e ainda colocou o senador José Agripino
para pedir votos pra ela. Além do desgaste do senador José Agripino Maia
por ser presidente do partido da governadora Rosalba Ciarlini – o DEM
-, governo esse que tanto Wilma critica, Agripino assim como Garibaldi
nunca engoliu Wilma. Jajá, como é também conhecido Agripino Maia disse
na convenção do PMDB que homologou a candidatura de Henrique Alves ao
governo, com a presença de Wilma, que iria trepar até num pé de coco
para buscar votos pra Wilma. Ele pode até subir no pé, mas os votos pra
guerreira que é bom ele não está encontrando por parte de seus
eleitores. Parece que o pé de coco do DEM secou.
Mas, voltando a Henrique
e Wilma: se houver mesmo segundo turno como projeta o Ibope, e Robinson
indo à disputa final com Henrique, e se Wilma não for eleita senadora,
vamos ter oportunidade de ver o mesmo filme de uma campanha para
governador quando Garibaldi foi candidato contra Wilma e Rosalba a
candidata ao Senado de Gari. Naquela eleição houve segundo turno entre
Wilma e Garibaldi. Rosalba já eleita senadora lavou as mãos. No primeiro
turno Garibaldi tinha ganho para Wilma em Mossoró, terra natal da Rosa.
Mas no segundo turno Wilma inverteu a situação. Resultado: Wilma se
reelegeu governadora.
Resumo da ópera: acordos políticos nem sempre é bom para os dois lados que o fazem. A política tem provado isso.
A conferir!
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