Depois de uma campanha
duríssima e cheia de altos e baixos, a economista mineira Dilma Rousseff
(PT) conquistou pela segunda vez a Presidência da República. A
reeleição da presidente se confirmou por volta das 20h30 da noite deste
domingo (26), quando 98% dos válidos foram computados pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Neste momento, o segundo colocado na disputa
do segundo turno, o presidenciável Aécio Neves (PSDB), não podia mais
alcançá-la matematicamente.
Com a vitória de Dilma e os quatro anos a
mais conquistados por ela, o PT vai somar quatro mandatos seguidos na
Presidência, num total de 16 anos de anos, a serem completados em 2018. O
número é inédito. Nenhum partido ficou tanto tempo no comando do
Brasil.
Os primeiros oito anos foram de Luiz
Inácio Lula da Silva, que em 2009 alçou a sua então ministra da Casa
Civil candidata a Presidente, que conquistou assim o seu primeiro
mandato.
Dilma, que tem 66 anos, começou a
corrida eleitoral como favorita, mas ao longo da campanha, a petista
enfrentou momentos difíceis, como a morte em agosto do oponente Eduardo
Campos, então candidato presidencial do PSB, num acidente aéreo na
cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
A morte do ex-governador de Pernambuco
provocou uma comoção nacional e uma reviravolta nas pesquisas de
intenção de voto. Dilma, que estava à frente, viu a substituta de Campos
na chapa do PSB, a ex-senadora Marina Silva, disparar nas intenções de
voto e encostar na petista.
No meio de setembro, as duas chegaram a
ficar empatadas. Na ocasião, os principais institutos de pesquisas
projetavam uma vitória de Marina num eventual segundo turno com Dilma. A
campanha do PT começou então uma campanha de desconstrução da
ex-senadora, baseada em contradições na trajetória dela, como o recuo
plano de governo dela em relação a um agenda progressista para a
população LGBT. Em menor intensidade, Aécio, então em terceiro lugar,
também começou a atacar a candidata do PSB.
A desconstrução deu certo e a campanha
de Marina chegou desidratada ao final do primeiro turno. Mas o PT não
contava com um efeito contrário. Com a queda da candidata do PSB, os
votos delas migraram em grande parte para Aécio. Com isso, o resultado
do primeiro turno foi muito menos favorável do que a petista gostaria.
Em 5 de outubro, Dilma obteve 41,59%,
num total de 43. 267.668 de votos. Aécio ficou com 33,55%, 34.897.211.
Com o gás perdido, Marina acabou em terceiro, 21,32%, 22. 176.619. A
votação do tucano surpreendeu, com uma distância menor para a petista do
que projetavam as pesquisas.