2015 UM ANO INDEFINIDO?
Faltando um mês para o final do ano, continua tudo nebuloso
quando se indaga sobre 2015. Deitada nas nuvens da reeleição, a
presidente Dilma hesita diante do que fazer em pelo menos quatro setores
básicos: a composição do novo ministério, as mudanças na economia, a
reforma política e a roubalheira na Petrobras.
Quanto à nova equipe administrativa, ainda se aguarda o cumprimento da
determinação ouvida durante a campanha, de que desta vez Dilma
escolheria ministros em função de sua capacidade e sem estorvos
partidários. Seria a vez dos melhores em cada setor, afastadas as
interferências dos partidos da base oficial e do Congresso, do
fisiologismo e da utilização de ministérios em proveito de grupos e de
quadrilhas. Pois até agora, nada. Mesmo na formação da nova equipe
econômica, nomes refugaram, como o singular Trabuco, do Bradesco, assim
como indicados foram repelidos, como Henrique Meirelles, das
preferências do Lula. Sobrou o terceiro reserva, Joaquim Levy, tirado do
banco às vésperas de o jogo ser iniciado e sob a má vontade do PT.
Nas demais pastas em cogitação, a mesma bagunça: Kátia Abreu irá para a
Agricultura como representante do agronegócio ou do PMDB? Parte da
bancada do partido não a aceita como sua indicação, exigindo incluí-la
na quota pessoal da presidente. Ao mesmo tempo, os companheiros do PT
insurgem-se contra Cid Gomes na Educação e queixam-se de que o PMDB terá
seis ministérios.