Ter suplentes ricos que financiam parte das campanhas, cada vez mais caras a cada eleição, é praxe no Senado. Roberto Requião (PMDB-PR), por exemplo, teve 27% do custo de sua campanha bancados por seu suplente, Chico Simeão, que doou R$ 857 mil. Simeão é dono da BS Colway, que importa pneus usados, recicla e revende no Brasil. Primeiro suplente de Demóstenes Torres (de Goiás, sem partido), que está agora em meio a um escândalo de corrupção, o empreiteiro Wilder Pedro de Moraes, da Orca Construtora, doou R$ 700 mil para a campanha do titular, o que corresponde a 7,5% do total arrecadado.
Atualmente, 15 suplentes estão no exercício do mandato no Senado, o que corresponde a 18% dos 81 integrantes da Casa. Desses, cinco assumiram porque o titular foi eleito governador, quatro viraram ministros, três morreram, um tomou posse como secretário estadual, um foi indicado para conselheiro de tribunal de contas estadual e um foi cassado.
A FAMÍLIA TAMBÉM:
Colocar parentes no banco de reserva do mandato também é um expediente que já foi lançado por ex-senadores como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Mão Santa (PMDB-PI). Na atual legislatura, Edison Lobão (PMDB-MA), licenciado para assumir o Ministério de Minas e Energia, foi substituído por Lobão Filho (PMDB-MA). Já Ivo Cassol (PP-RO) tem o pai, Reditário Cassol (PP-RO), de suplente. ACM dizia que escolhia o filho, ACM Júnior (DEM-BA), como suplente porque não queria ninguém conspirando para assumir seu mandato nem torcendo para que ele morresse.
Eduardo Braga(PMDB-PA) diz que esse não é o seu caso. Afirma que escolheu a esposa para a função para evitar briga entre seus aliados pelo posto. E também para que ela não disputasse um cargo eletivo, o que geraria problemas em seu grupo político.
O Globo.