Na história política
recente do Rio Grande do Norte, houve pelo menos duas convenções
partidárias com renhidas disputas internas. Foram sinalizadores de
racha, que tiveram desdobramentos consideráveis adiante.
Os fatos mostram que o caso do DEM, em
2014, não é situação isolada, mas certamente atípica. Pela primeira vez
um governante estadual, no caso Rosalba Ciarlini (DEM), não consegue
apresentar argumentos sólidos para sequer apresentar candidatura à
reeleição.
MDB
Em 1978, o MDB chegou à sua convenção
“rachado” entre o grupo dos “Alves” e o grupo de Radir Pereira. O
partido disputaria vaga ao Senado.
Aluizio Alves, voltando de um período
de cassação, declarava apoio ao candidatado da ARENA, Jessé Freire.
Henrique Alves, Presidente Regional do MDB, tentou estorvar a
candidatura de Radir Pereira, apresentando três nomes “laranjas”.
Radir contou com apoio do senador Agenor
Maria, deputado Roberto Furtado e do industrial Odilon Ribeiro
Coutinho, que por sinal fez memorável discurso durante a convenção.
Jessé Freire foi eleito ao Senado, sem maiores problemas.
PSDB
Em 1990, na convenção do PSDB, dois grupos se digladiaram, liderados respectivamente por Roberto Furtado e João Faustino.
Roberto Furtado queria que o partido se
coligasse com o PDT, onde ele seria candidato a vice-governador na chapa
encabeçada por Lavoisier Maia. João Faustino defendia que a coligação
fosse feita com o PFL, que tinha como candidato a governador José
Agripino.
Contados os votos dos convencionais, o grupo de João Faustino levou a melhor.
Na disputa eleitoral, Lavoisier foi
derrotado nas urnas pelo também senador e ex-governador, como ele, José
Agripino, que teve Vivaldo Costa (PR) como vice. O vice de Lavoisier foi
Arnóbio Abreu (PMDB).
Agora, em 2014, querela parecida pipocou
no seio do DEM. O resultado é a rejeição de forma insofismável da
candidatura à reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, mostrando toda a
fragilidade do seu Governo, sem amparo sequer nas bases do próprio
partido.