domingo, 23 de outubro de 2011

CRISE NO GOVERNO DO RIO GRANDE DO NORTE

"Fui usado e humilhado", diz vice-governador Robinson Faria

"Fui usado e depois descartado", afirmou o vice-governador Robinson Faria (PSD), em entrevista coletiva, ontem, ao anunciar o rompimento político com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Robinson disse que rompeu porque foi humilhado pela governadora e seu marido, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado. "Fui exonerado da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos para assumir interinamente o governo e depois que ela voltou não me nomeou. O secretário-chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, levou minha nomeação até Rosalba e ela mandou tratar do assunto com o marido, que não atendeu a solicitação", declarou.

De acordo com Robinson Faria, Carlos Augusto é responsável por toda a articulação política do governo. Ele disse que, antes de ir ao PSD, consultou o "casal que governa o estado" e recebeu uma resposta positiva. Em seguida, afirmou que, durante a interinidade, não fez nada de errado, como dizem os governistas. "Foi criada uma rede de intrigas contra mim. Na verdade, nem o PSD nem possíveis atos que eu tenha feito na minha interinidade foram usados para justificar o escanteamento do meu grupo. Mas, o que está por trás de tudo isso é que queriam o espaço conquistado por nós. Então, fizeram isso. Agora, que esses espaços fiquem com os novos aliados", desdenhou.

O vice-governador frisou que foi perseguido pelo grupo governista. "Não consegui entender a rejeição de Carlos Augusto a mim. Eu gostaria de ter uma relação de cumplicidade com o governo. Sempre tentei ajudar. Mas ele não me recebia. O PSD foi tratado como adversário desde o início. E nosso objetivo era fortalecer o governo, do qual eu fazia parte. O nosso partido foi recriminado. Todos os aliados que decidiam se filiar ao PSD eram desencorajados pelo governo. O senador José Agripino (DEM) advertiu vários prefeitos que se eles migrassem para a legenda seriam tratados como adversários".


Faria negou que sua intenção, ao fortalecer o PSD, fosse tutelar o governo. Ele afirmou que, antes da eleição, foi muito assediado pelo DEM para compor com Rosalba. O vice-governador atribuiu a vitória de Rosalba no primeiro turno ao seu apoio. "Percebi como estava sendo tratado quando Rosalba viajava para tratar de assuntos da minha pasta e não me convidava. Depois, quando o PSD foi fundado, fizeram uma aliança para impedir filiações ao partido. Chegou ao ponto de Carlos Augusto preferir que um aliado do governo ficasse no PSB, que é adversário, como foi no caso de Gustavo Carvalho, à se filiar ao PSD, que veio para somar. A partir de hoje, me sinto livre do grupo político do casal Rosalba e Carlos Augusto", finalizou.

DN