Falta de ar ao falar, cansaço, rouquidão nos últimos seis meses e voz
mais grossa que o normal. Nessa ordem, esses foram os quatro problemas
vocais mais encontrados numa amostra de 102 professores de 11 escolas
públicas de Piracicaba, no interior paulista, que participaram de um
estudo feito pela fonoaudióloga Raquel Pizolato.
Esses distúrbios podem
estar ligados ao excesso do emprego da fala devido às características da
atividade profissional e a uma coordenação inadequada da respiração
durante o ato de discursar. Para tentar minorar os problemas, Raquel
aplicou um programa de saúde vocal de três meses em 36 professores da
amostra. Além de palestras sobre como a fala é produzida, os professores
passaram por sessões de exercício vocal e receberam dicas simples, mas
que podem aliviar alguns sintomas. “Falamos da importância de beber
água durante a atividade profissional, de descansar a voz no intervalo
de trabalho e do efeito benéfico da ingestão da maçã sobre o aparelho
fonador”, diz Raquel, que defendeu tese de doutorado sobre a pesquisa na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os participantes também
foram orientados a evitar hábitos maléficos para a voz, como gritar,
pigarrear, usar sprays e pastilhas e beber com frequência líquidos
gelados. No final do programa de reeducação, foi constatada redução na
maioria dos sintomas.
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP