sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ROSALBA DISPARA: "NO MEU GOVERNO NÃO TEM CORRUPÇÃO, NEM HÍGIA E NEM FOLIADUTO" HARAMMMM




Rosalba Ciarlini: "Esse governo tem um Portal da Transparência, está lá na internet, para todo mundo ver o que se paga”. Foto: ArquivoA governadora Rosalba Ciarlini (DEM) defendeu a lisura do seu governo, afirmando que não há escândalos e que combate a corrupção. Ela chegou a fazer menção indireta à ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB e atual vice-prefeita de Natal, afirmando que na atual gestão inexistem escândalos de corrupção, diferentemente da gestão da antecessora.
“Olhe, em meu governo não tem escândalo de saúde, Operação Hígia, de se contratar banda de forma irregular, não houve nada disso. Nós temos, inclusive, tido uma postura de total combate à corrupção”, afirmou a governadora, em entrevista ao “Jornal da Cidade”, da FM 94.

As palavras de Rosalba lembram a operação da Polícia Federal que em 2008 resultou na prisão do advogado Lauro Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria, suspeito de praticar tráfico de influência como integrante de um esquema que teria desviado cerca de R$ 36 milhões dos cofres públicos do Estado, via Secretaria Estadual de Saúde. O caso ainda está sendo analisado pela Justiça Federal.
Além disso, Rosalba também fez menção ao Foliaduto, desvio de R$ 2,2 milhões de verbas do Tesouro Estadual por meio de processos fraudulentos de contratação de bandas via Fundação José Augusto (FJA), em 2005. Apesar de associar o caso a Wilma, o irmão da ex-governadora, então secretário-chefe do Gabinete Civil, Carlos Faria, acusado pelo Ministério Público de ser o “autor intelectual” do desvio, foi excluído da ação pela Justiça. O Ministério Público recorreu. Em nenhum dos episódios, há indício de participação direta da ex-governadora, o que garantiu a ela o direito de se candidatar a vice-prefeita nas eleições passadas. Wilma é pré-candidata do PSB a governadora do Estado nas eleições de 2014.
Ainda ao falar sobre a inexistência de escândalos na sua administração, Rosalba disse que “qualquer informação de que esteja havendo qualquer tipo de mau uso do dinheiro público, nós não tripudiamos (sic) em demitir, em abrir processo, porque o dinheiro que nós trabalhamos é do povo”, afirmou.
As respostas de Rosalba se derem no contexto de defesa às declarações de Wilma no dia anterior, quando a ex-governadora acusou a gestão atual de má administração e de falta de transparência. Quanto a isso, Rosalba disse que “esse governo tem um Portal da Transparência, está lá na internet, para todo mundo ver o que se paga, o que se deixa de pagar, às vezes até sendo questionado, levantam, comentam, porque está ali dizendo claramente os recursos e como estão sedo gastos”, observou.
Rosalba ainda lembrou que o secretário Obery Rodrigues (Planejamento e Finanças) entregou ao Ministério Público os extratos bancários para serem usados na instrução do inquérito civil aberto pela Procuradoria Geral de Justiça com vistas a esclarecer a situação financeira e orçamentária estadual. “E o Ministério Público quis saber mais detalhes, acompanhar a conta. Qual foi o governo que fez isso, de entregar (os extratos) ao Ministério Público? Eu poderia até arguir judicialmente”, disse, criticando a falta de transparência do governo federal no tocante aos gastos com cartões corporativos. “O próprio governo federal é em segredo as despesas de cartão corporativo, e o Estado não tem cartão corporativo. Talvez outros órgãos tenham e é até bom a imprensa saber se tem. Os cartões corporativos do governo federal ficam em segredo a sua destinação; se sabe o valor total, mas não a que se destina”, ressaltou.
“Quem não deve, não teme. Nós não temos medo de MP”
Durante a sua entrevista, Rosalba afirmou que o seu governo é transparente e que não teme investigações do Ministério Público. Lembrando que os questionamentos quanto ao orçamento estão sendo respondidos, ela afirmou que, quem não deve, não teme.
“Entregados todos os extratos. Porque nós não temos medo de Ministério Público. A transparência existe nesse governo, tanto que existe um Portal da Transparência, coisa que não existia no passado. Qualquer informação (solicitada com vistas à investigação) nós entregamos sem nenhuma dificuldade. Abrimos as portas do Estado, entregamos todos os extratos bancários, porque quem não deve não teme”, disse Rosalba.

A chefe do executivo estadual classificou de “difícil” a situação financeira do Estado, justificando o atraso nos salários no mês passado. Quanto a se atrasará novamente os vencimentos referentes a outubro, a governadora disse que está avaliando as condições. Ela disse ainda que poderá fazer “mais restrições” para que o Estado pague os servidores.
Ao abordar a polêmica em torno da frustração de receitas – que, segundo o governo, só neste mês, contabilizou R$ 52 milhões a menos de Fundo de Participação do Estado (FPE) – a governadora reforçou que haverá novo atraso dos salários.
“O ICMS não conta para o pagamento de salários. Ele tem que cumprir obrigações, aí o que resta, se usa para custeio e para pessoal. Já o FPE, só esse mês R$ 52 milhões de frustração. Eu tinha feito no começo do mês uma programação com Dr. Obery, mês passado a gente teve aquela notícia ruim para o funcionalismo, desgastante até, mas não tinha o que fazer. Dos 105 mil funcionários, 6 mil e 600 foram pagos só no dia 10. O restante recebeu no dia 30. Esse mês a gente já ia trazer esse restante para voltar a ser nos dois últimos dias. Aí vem a programação do FPE, nos informa o Tesouro Nacional que caiu R$ 52 milhões. Como é que em poucos dias você vai conseguir repor R$ 52 milhões? Tá faltando para pagar salários. Agora vamos ver como é que está a Receita, saber de onde pode ser tirado”, afirmou.
Ainda de acordo com a governadora, atrasar o salário é “difícil”, porque são 104 mil pessoas que dependem do salário estadual. “Eu cheguei de Brasília ontem e já marquei uma reunião com a equipe para eles me passarem alguns dados e depois a gente vai estar sentando, analisando, juntando, fazendo mais restrições. Nós já tivemos um decreto restringindo uma série de questões”, afirmou, lembrando o decreto que determinou uma série de medidas administrativas de restrição de gastos com telefone, passagens aéreas e combustíveis em julho. Segundo ela, por conta do decreto o Estado contabiliza economia em vários setores.
“Claro que já há resultado desse decreto, porque eu vou lhe dar aqui um exemplo: se na Sethas nós entregamos 12 carros que estavam alugados, já tem resultado. Agora, o resultado nunca sai num primeiro mês, vai resultar nos meses subsequentes. Gasolina, por exemplo, já diminuímos de 11 mil litros por mês para 7 mil, agora preservando segurança, saúde e educação; nos outros órgãos está ali contando gota a gota”.
Jornal da Cidade – Vaias. Qual foi o sentimento da senhora?
Rosalba Ciarlini – Na realidade ali era um ambiente fechado que foi organizado para a festa, eu estava só com a secretária de educação e na realidade houve uma expressão daqueles que estavam lá, mas não foram todos. Aqueles que estavam no palco viam perfeitamente que eram os que estavam mais atrás, nessa movimentação. Não vi nada de excepcional, porque você tem na vida pública, aplausos, e à vezes aqueles que estão vaiando podem até aplaudir. Talvez eles não tenham conhecimento do que está sendo feito.
“Encontrei um Estado com mais de R$ 800 milhões em dívidas”
Ao abordar as recentes palavras do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que afirmou que o Estado “piorou” durante a gestão atual, a governadora Rosalba Ciarlini voltou a usar o retrovisor como principal defesa, alegando que encontrou uma dívida de mais de R$ 800 milhões, bem como uma demanda de pessoal de mais de R$ 50 milhões, sem contar com os planos de cargos, carreiras e salários implantados sem orçamento no final da gestão Iberê Ferreira de Souza.
“Infelizmente, eu acho que aí a gente vai ter que mostrar, comparar bem direitinho, porque eu encontrei um Estado que tinha mais de R$ 800 milhões em dívidas, dívidas que em um mandato tem que trabalhar por dois, porque, na realidade, as dívidas vieram do passado. Uma demanda de pessoal imensa, para você ter uma ideia, mais de R$ 50 milhões na folha de pessoal já foi decisão judicial, e decisão judicial tem que ser cumprida. Isso sem contar com os planos que o governo passado aprovou sem deixar orçamento, sem deixar recurso. Como é que você pode atender se não teve a devida previsão orçamentária?”, reclamou.
Rosalba também apontou como dificuldades herdadas da gestão passada dezenas de obras paralisadas. Ela disse que hoje o Estado entrega obras sem fazer as tradicionais festividades, para economizar gastos. “Sem contar com as obras paralisadas que eu encontrei, muitas, são dezenas e dezenas que nós estamos retomando, porque uma estrada que começou tem que ser terminada. Muitas começaram no final da administração, inclusive já em período eleitoral. Nós estamos entregando as obras sem a festa, pois é mais custo para o Estado, sem contratação de bandas, que é custo para o Estado. Então isso mostra a seriedade, a gente quer as coisas realmente aconteçam, as ações cheguem e eu estou lutando por isso”.
Rosalba chamou a atenção de Henrique, que rompeu com ela, para a responsabilidade que ele tem com o Estado. “Administrativamente eu tenho que acreditar no que disse o presidente do partido, que o rompimento era político, não era administrativo, até porque a responsabilidade que tem o presidente da Câmara dos Deputados, como ele sempre disse, agora é a hora do Rio Grande do Norte”, disse, citando Garibaldi Filho (PMDB), “ministro muito querido de Dilma”, observando que “é a hora de a gente conseguir meios de realizar muitos e muitos sonhos que acalentamos há tanto tempo e que não vinham acontecendo”. Concluiu: “Eu estou na minha boa fé acreditando que todos os que são da bancada federal não vão querer que deixem de chegar ações importantes para o nosso Estado”.
Governadora discorda de ação de Agripino contra Betinho Rosado
Rosalba também abordou a saída do deputado federal Betinho Rosado do DEM, afirmando que a movimentação política do cunhado não contou com o seu aval. Entretanto, ela disse não concordar com a ação do DEM que pede o mandato do parlamentar por infidelidade partidária, a mando do senador José Agripino Maia.
“A ida de Betinho para o PP foi à minha revelia, eu já disse isso muitas vezes. Não é porque ele é parente que ele tenha que fazer exatamente aquilo que eu falo. Ele tomou essa decisão, está no quinto mandato, já tinha demonstrado que queria sair do partido de outras vezes, nós o convencemos de que não era o melhor caminho para ele, mas, a decisão é dele, ele é adulto, foi para o PP, queria ficar em um partido da base da presidente Dilma”, afirmou.
Ao falar se o fato abalou a relação com o presidente da Assembleia, Ricardo Motta, Rosalba não respondeu. “Na realidade isso foi algo que foi à minha revelia e eu fiquei muito contrariada. Não queria que isso tivesse acontecido, até porque o deputado Betinho também tinha outros partidos para fazer opção, mas não sei por que ele entendeu e a decisão é dele, está tomada. Agora é tentar, ele agora na posição que está, que dê a sua contribuição ao Rio Grande do Norte e com os nossos amigos companheiros aqui da Assembleia nós precisamos estar de mãos dadas pelo Grande do Norte”.
Sobre se endossava a ação do DEM, que tenta tomar o mandato de Betinho ma Justiça Eleitoral, Rosalba negou e disse que seria querer colocar “camisa de força” no parlamentar. “Não, aí eu já acho um absurdo. Eu acho que quando a pessoa sai, já saiu porque não tinha mais condições de convivência no partido, e você querer botar a camisa de força… Porque outros saíram e o partido não teve esse tipo de comportamento?”, indagou.
DEM
Ao falar sobre a possibilidade de o DEM negar-lhe a legenda para que ela dispute a reeleição, a governadora Rosalba Ciarlini disse ter certeza que nunca envergonhou o partido presidido nacional e localmente pelo senador José Agripino Maia. “A convivência com o senador José Agripino não é de agora, é de muitos e muitos anos. Eu fui eleita primeiro pelo PDT, depois fiz a opção pelo PFL, na redemocratização, fui eleita mais duas vezes prefeita, senadora e governadora. Tenho certeza que com o meu trabalho, com a minha ação, eu nunca envergonhei o partido”.
Rosalba não se disse contrariada com as conversas políticas entre Agripino e partidos que fazem oposição ao seu governo. “De jeito nenhum, até porque eu acho que partido tem que conversar, é democracia. Eu tinha uma experiência política no interior, mas o Senado me mostrou que todo dia você conversa. O que é democracia? Convergência de contrários”.
Sobre o novo papel do PMDB potiguar, de críticas à gestão estadual, Rosalba disse que gostaria que os partidos somassem esforços junto com o governo. “Eu queria que os políticos usassem as suas energias, que são muitas, a sua experiência, a sua capacidade com foco maior de somar forças para o benefício do Rio Grande do Norte; criticar é muito fácil, venham ajudar a fazer”.
Quanto às eleições, a governadora manteve o tom de só falar em 2014. “Eu acho que está se falando muito em política, eu queria que todos viessem somar mais, para que a gente pudesse, juntos, superar as dificuldades. Política só vai ser conversada em 2014. Meu tempo está tão curto, com tantos problemas de ordens administrativas e urgentes que eu não tenho como usar o tempo para ir fazer articulação”.
Sobre se a articulação seria feita pelo chefe de Gabinete, Carlos Augusto Rosado, Rosalba negou e disse que o trabalho é feito por ela mesma. “Quem faz sou eu mesma, mas não é o momento. O chefe da Casa Civil está ajudando para que a gente possa superar esse momento difícil, com trabalho, com ação. A articulação política que eu falo é a articulação que tem que ser feita com, por exemplo, a Assembleia Legislativa, mas não articulação de eleição”.