É incrível como
a campanha eleitoral não consegue empolgar o eleitor potiguar até aqui.
Há um clima frio, distante, de completo desinteresse. Nos maiores
colégios eleitorais, como Natal, Mossoró e Parnamirim, o cidadão-eleitor
sequer tem se manifestado, principalmente com relação à disputa
majoritária.
E olhe que os candidatos já cumprem agenda intensa.
Henrique Alves
(PMDB) e Wilma de Faria (PSB), da coligação “União pela Mudança”; e
Robinson Faria (PSD) e Fátima Bezerra (PT), da “Liderados pelo Povo”,
têm se esforçado para ver a máquina eleitoral engrenar, porém, sem
resultado satisfatório. O desinteresse do eleitor pode ser explicado no
perfil dos próprios candidatos.
Henrique e Robinson, que disputam o Governo do Estado, são políticos de elite, distantes do povão, sem empatia.
Wilma e Fátima, que lutam pelo Senado, têm dificuldades diferentes.
Wilma é
popular, porém o histórico de corrupção na sua gestão de governadora (10
escândalos em oito anos) deixa o povo desconfiado e na defensiva em
relação a possível apoio. Já foi assim nas eleições de 2010, quando ela
perdeu para os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) e
ainda ficou atrás dos votos brancos e nulos, numa prova incontestável de
reprovação popular.
No caso de
Fátima, que é um nome novo em disputa ao Senado, poderia fazer a
diferença, mas, até aqui, não consegue empolgar. A petista não tem o
perfil popular, embora na última disputa eleitoral conseguiu mais de 200
mil votos à Câmara dos Deputados.
Temos,
portanto, um quarteto estático, sem habilidade suficiente para mexer com
a emoção do eleitor. É preciso ressaltar, também, que as campanhas
eleitorais têm, a cada edição, perdido o lado emocional, muito por conta
das novas regras proibitivas, que eliminaram a camiseta, o boné, o
chaveiro, o showmício, entre outras ferramentas populares.
Portanto, esse é
quadro hoje. No entanto, deve ser alterado na medida em que a campanha
eleitoral avançar em toda a sua estrutura e meios. Vamos ter as
carreatas e passeatas e a série de programas eleitorais no rádio e na
televisão. Daí, o eleitor deverá acordar para a campanha.
Além do mais, as opções são essas mesmas e o cidadão detentor do título eleitoral terá de optar por um ou outro.
No entanto, é
improvável que teremos uma campanha memorável, de grandes emoções,
mexendo com o sentimento do povo. Os nomes que estão aí, de longe, são
capazes de mobilizar multidões e suas paixões.
Imagine se o voto não fosse obrigatório.
Fonte: Carlos Santos