terça-feira, 29 de julho de 2014

CAMPANHA FRIA: CANDIDATOS SEM CHEIRO DE POVO,


É incrível como a campanha eleitoral não consegue empolgar o eleitor potiguar até aqui. Há um clima frio, distante, de completo desinteresse. Nos maiores colégios eleitorais, como Natal, Mossoró e Parnamirim, o cidadão-eleitor sequer tem se manifestado, principalmente com relação à disputa majoritária.
E olhe que os candidatos já cumprem agenda intensa.
Henrique Alves (PMDB) e Wilma de Faria (PSB), da coligação “União pela Mudança”; e Robinson Faria (PSD) e Fátima Bezerra (PT), da “Liderados pelo Povo”, têm se esforçado para ver a máquina eleitoral engrenar, porém, sem resultado satisfatório. O desinteresse do eleitor pode ser explicado no perfil dos próprios candidatos.
Henrique e Robinson, que disputam o Governo do Estado, são políticos de elite, distantes do povão, sem empatia.
Wilma e Fátima, que lutam pelo Senado, têm dificuldades diferentes.
Wilma é popular, porém o histórico de corrupção na sua gestão de governadora (10 escândalos em oito anos) deixa o povo desconfiado e na defensiva em relação a possível apoio. Já foi assim nas eleições de 2010, quando ela perdeu para os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) e ainda ficou atrás dos votos brancos e nulos, numa prova incontestável de reprovação popular.
No caso de Fátima, que é um nome novo em disputa ao Senado, poderia fazer a diferença, mas, até aqui, não consegue empolgar. A petista não tem o perfil popular, embora na última disputa eleitoral conseguiu mais de 200 mil votos à Câmara dos Deputados.
Temos, portanto, um quarteto estático, sem habilidade suficiente para mexer com a emoção do eleitor. É preciso ressaltar, também, que as campanhas eleitorais têm, a cada edição, perdido o lado emocional, muito por conta das novas regras proibitivas, que eliminaram a camiseta, o boné, o chaveiro, o showmício, entre outras ferramentas populares.
Portanto, esse é quadro hoje. No entanto, deve ser alterado na medida em que a campanha eleitoral avançar em toda a sua estrutura e meios. Vamos ter as carreatas e passeatas e a série de programas eleitorais no rádio e na televisão. Daí, o eleitor deverá acordar para a campanha.
Além do mais, as opções são essas mesmas e o cidadão detentor do título eleitoral terá de optar por um ou outro.
No entanto, é improvável que teremos uma campanha memorável, de grandes emoções, mexendo com o sentimento do povo. Os nomes que estão aí, de longe, são capazes de mobilizar multidões e suas paixões.
Imagine se o voto não fosse obrigatório.
Fonte: Carlos Santos