domingo, 31 de agosto de 2014

QUEM QUER MUDANÇA NÃO TROCA SEIS POR MEIA DÚZIA.

Pego carona hoje num título bem sugestivo da matéria de capa da IstoÉ: “A nova roupa da velha política”. Pois é isso que está se vendendo nas eleições do Rio Grande do Norte. Com o nome de “União pela Mudança” na coligação, o presidente da Câmara Henrique Alves (PMDB) encabeça uma aliança na condição de candidato a governador tendo ao seu lado Wilma de Faria (PSB), candidata ao Senado e Agripino Maia, presidente nacional do DEM e coordenador da campanha do tucano Aécio Neves à Presidência da República.
A coligação de Henrique como o próprio nome sugere prega a união pela mudança na política papa-jerimum. Que mudança é essa se a seu lado estão sete ex-governadores, dois senadores e uma vice-prefeita da capital que já foi prefeita três vezes e governadora em duas ocasiões, sendo que seu último governo foi marcado por escândalos envolvendo familiares e inclusive um filho. Seria o caso de dizer ao eleitor que quem quer mudança não troca seis por meia dúzia.
Henrique Alves e sua candidata ao Senado Wilma de Faria criticam o governo Rosalba, do DEM de Agripino Maia, mas não têm moral para fazer isso, porquanto o PMDB de Henrique fez parte do atual governo e o último governo de Wilma, de tenebrosa memória, foi marcado por escândalos. Agripino, esse, tem em seu currículo o famoso “Rabo de Palha”, escândalo que ficou conhecido nacionalmente e cujo objetivo era comprar votos para a então sua candidata a prefeita de Natal, Wilma de Faria, contra a candidatura do hoje senador e ministro do governo Dilma (PT), Garibaldi Alves (PMDB), que agora- veja como é a política, caro leitor – pede votos no programa eleitoral para Wilma como se nada tivesse ocorrido no passado recente.
Que mudança é essa que um político de um partido intervém noutro partido para desarticular uma candidatura legítima a reeleição – caso da governadora Rosalba? Me refiro a Henrique Alves (PMDB) e a Agripino Maia (DEM). Que mudança é essa que um ministro de Estado, que trabalha para um determinado governo, pede votos para uma candidata ao Senado de um partido que tem candidata à Presidência da República e hoje seria a principal adversária da patroa deste ministro? Me refiro ao ministro da Previdência Garibaldi Alves e a vice-prefeita de Natal Wilma de Faria, do PSB, e candidata ao Senado. Que mudança é essa que um candidato a governador diz apoiar a reeleição da presidenta Dilma Ruosseff (PT), mas recepciona em Natal o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, e este por sua vez afirma de público que o seu candidato a governador no RN é Henrique Alves?
Curiosamente a coligação “União pela Mudança” reserva ao eleitor do Rio Grande do Norte uma nova roupa da velha política que curiosamente pode levar o estado ao renascimento, ou melhor, a continuidade de um movimento político ligado ao clã dos Alves. Como se observa, de proposta de mudança esse acordão não tem nada. Continua tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Coluna do Barbosa 
Por João André.