Há ensinamentos na escola da vida que são
interessantes. Um desses é a lição que a vida nos dá no quesito
“juventude e velhice”. Algo como na juventude tudo em abundância e na
velhice o contrario disso. Porque na juventude a vida nos dá fartura de
visão, de audição, de tesão, de…
Na velhice, ela vai gradativamente
“recolhendo” o que nos deu em sobra e que depois os recolhe das nossas
“prateleiras existenciais”. Com isso ela nos vai tornando mais perto da
dura realidade com a qual, indistintamente todos algum dia terão que se
deparar – o nosso “Grand Finale”.
Há quem aprenda com a vida que cada
idade tem seu encanto. Mas, há aqueles que ficam driblando o tempo. Via
plásticas no rosto, via tingimento de cabelos, via exageros no vestir,
via excentricidades comportamentais.
Fato é que a vida em si mesma não se
permite por muito tempo a “truques”. Porque chega um belo dia em que não
há espaços no rosto para mais plásticas. E as tintas já não funcionam
mais para iludir os cabelos brancos. Há senhores que tingem os cabelos
de preto, mas o rosto não tem mais o frescor da juventude e, dessa
forma, fica tudo muito esquisito. A idade fica muito mais à mostra e
tudo se torna mais frio, mais destoante dentro da estética.
Descobrir que a vida é processo talvez
ajude a encontrar um ponto de equilíbrio na compreensão. Outra coisa que
o tempo retira e que incomoda bastante é a memória. Os idosos, mesmo os
viciados em palavra cruzada não escapam. Talvez seja melhor o
entendimento de que, quando jovens, as pessoas se lembram de muitas
coisas que não prestam e que, na velhice, só há espaço para coisas
importantes.
Assim, a memória se redime e passa a ser
ressignificada para o arquivo daquilo que, de fato, merece ser
armazenado: os amores, as relações, a fé… Esquecer-se da hora de tomar
remédios? Que mal há nisso? Remédio é um veneno às avessas que vez por
outra pode ser esquecido, por que não? Porque tudo tem seu prazo de
validade, inclusive a existência…