Perante tão recentes e óbvias lições
da História, surpreende o silêncio do mundo islâmico sobre esse germe do
mal instalado dentro de suas fronteiras.
(Massacre de prisioneiros cometido por terroristas islâmicos no Iraque) |
Não surpreende que o mundo esteja falando sobre o Islamismo e sobre os
grupos fanáticos e violentos que o infestam. Não surpreende que, em meio
à população ocidental, estarrecida com a violência religiosa, surjam
manifestações de repulsa a esse credo e àqueles que o adotam
(notadamente emigrantes ou descendentes de países de língua árabe). Não
surpreende que ocidentais fiquem chocados com práticas culturais e
religiosas que afrontam a dignidade das mulheres muçulmanas. Não
surpreende que setores mais bem informados do Ocidente, que acompanham o
noticiário internacional, fiquem indignados com a ação de grupos
radicais que, neste momento, promovem lavagem étnica em seus
territórios, extorquindo, expulsando ou matando cristãos.
Não surpreende que xiitas e sunitas se atraquem em conflitos, afinal,
essa disputa já dura mil e quatrocentos anos. Não surpreende que
políticas anti-natalistas e abortistas tenham gerado problemas
demográficos em tantos países europeus, levando-os a favorecer a
emigração e a possibilitar o ingresso de grupos radicais no interior de
suas fronteiras. Não surpreende, enfim, que a jihad contra os infiéis,
há 14 séculos, sob o pretexto de delirantes ordens divinas, promova
ataques violentos ao mundo ocidental. Nada disso causa surpresa. Nós nos
lembramos desses males cada vez que passamos por uma inspeção de
segurança em qualquer aeroporto do mundo.
O que surpreende - a mim, pelo menos, muitíssimo! - é o silêncio do
mundo Islâmico. Como é possível que essas coisas aconteçam de modo tão
disseminado, em tantas sociedades muçulmanas, sem que os próprios
muçulmanos movam uma palha sequer para enfrentar essa questão? Existem
no mundo 1,5 bilhão de seguidores do Profeta e a imensa maioria dessas
pessoas nada tem a ver com jihad, detesta violência e quer viver em paz
sua vida espiritual, social e familiar.
Não esqueçamos que no próprio Ocidente moderno surgiram o comunismo, o
nazismo e o fascismo. Com eles, presenciou-se uma onda de violência que
dizimou bem mais de cem milhões de seres humanos. Essa trinca sinistra
foi um fruto de uma cultura que se considerava civilizada. O nazismo e o
fascismo, antes de se tornarem uma questão internacional e levarem o
mundo à guerra, foram um assunto da Alemanha e da Itália. Primeiro
tiveram a tolerância em seus países; depois conquistaram o coração de
suas populações; em seguida impuseram o tacão totalitário sobre seus
povos. Finalmente, incendiaram a Europa.
Perante tão recentes e óbvias lições da História, surpreende o silêncio
do mundo islâmico sobre esse germe do mal instalado dentro de suas
fronteiras. Mesmo que não possamos considerá-lo uma unidade política, ou
mesmo religiosa, seu silêncio e omissão são e serão consequentes.
Silencioso e inativo, o bem pode ser tão maligno, ou ainda mais maligno
do que o mal em plena atividade.
Percival Puggina\Portal Mídias