sábado, 7 de setembro de 2019

A história verdadeira da Independência do Brasil


A versão "romântica" da Independência do Brasil, aquela que se aprende nos livros de colégio, é muito diferente da história verdadeira.
"A imagem de Dom Pedro I retratada nas grandes pinturas é  falsa. Ele não estaria cercado de homens limpos, vestidos em trajes de gala, nem estaria montado em um cavalo quando deu o grito da Independência", esclarece a professora de história Maria Aparecida de Aquino, da USP (Universidade de São Paulo), ressaltando que a imagem de dom Pedro 1º retratada nas grandes pinturas é  falsa. Ele não estaria cercado de homens limpos, vestidos em trajes de gala, nem estaria montado em um cavalo quando deu o grito da Independência. "Eram homens cansados, sujos de poeira, nada glamourosos. Passaram por uma viagem longa e Dom Pedro estava montado em um jegue quando declarou a Independência, e não em um cavalo."
Outro mito é que o príncipe regente estaria às margens do rio Ipiranga na hora da Independência. Ele na verdade sofria de problemas intestinais, como diarréia. A versão mais aceita entre os historiadores é que tenha se refugiado em uma colina para se aliviar, porque provavelmente estava passando mal, afirma Maria Aparecida de Aquino.
Além de tudo, ele estava vindo de muito estresse e nervosismo na hora de declarar a Independência. Dom Pedro 1º enfrentou resistência das cortes portuguesas e estava furioso com as cartas que estavam chegando, pedindo que ele voltasse o mais rapidamente possível para Portugal. As cartas eram de sua esposa, princesa Leopoldina, e de José Bonifácio.
Segundo a história contada nos livros didáticos, em 7 de setembro de 1822, ao voltar de Santos, parado às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro recebeu uma carta com ordens de seu pai para que voltasse para Portugal, se submetendo ao rei e à Corte. Vieram juntas outras duas cartas, uma de José Bonifácio, que aconselhava D. Pedro a romper com Portugal, e a outra da esposa, Maria Leopoldina de Áustria, apoiando a decisão do ministro e advertindo: “O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece”.
Impelido pelas circunstâncias, D. Pedro pronunciou a famosa frase “Independência ou Morte!”, rompendo os laços de união política com Portugal. Culminando o longo processo da emancipação, a 12 de outubro de 1822, o Príncipe foi aclamado Imperador com o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1 de dezembro.
Ao contrário do que muitos pensam o processo de independência custou muito caro para Brasil, foi preciso pagar uma multa altíssima a Portugal. A coisa toda parece não ter sido tão heroica como é contado na maioria dos livros mas como diz o ditado “uma mentira contada várias vezes e por várias pessoas acaba se tornando verdade”.

No local onde aconteceu o grito de independência em 1822, nos dias de hoje pouca coisa lembra como ele era na época. O riacho do Ipiranga é poluído e está quase esquecido em meio a avenidas e outras construções. Próximo a ele foi constuído o Monumento à Independência. Debaixo do monumento fica a cripta onde estão os restos mortais de Dom Pedro I, trazidos de Portugal em 1972. Ao lado dos restos mortais de Dom Pedro I, também estão os restos mortais de suas duas esposas, Leopoldina e Amélia. Os restos mortais de sua amante, a Marquesa de Santos, estão sepultados um pouco distantes dali, no cemitério da Consolação. O coração de Dom Pedro I está conservado e guardado como relíquia em um mausoléu na capela-mor da Igreja da Lapa, em Porto, Portugal.

FONTE: Jornal da manhã