Alguns artigos escritos dessa forma tiveram boa repercussão e até fizeram alguns estragos no meio político, por assim dizer, mas também fui vítimas deles.
De qualquer forma, esses artigos me ajudaram fazer a diferença entre o que é escrever com indignação e rebeldia, e o que é simplesmente escrever com raiva, com os olhos e a “caneta” cheios de sangue.
Entretanto, posso ter mudado a forma, porém a essência do que escrevo é a mesma: a de contribuir no debate democrático sobre o sentido da nossa vida aqui neste mundo e o que podemos fazer para torná-lo o lugar melhor de viver.
Mudei a forma, mas a essência dos meus textos é movida pelos mesmos sentimentos de inquietação e indignação contra a injustiça social, dominação política dos poderosos, exploração do homem pelo homem, opressão dos pobres, violência ao meio ambiente etc. Numa palavra: continuo escrevendo a favor das coisas que dão sentido à vida.
Todo cronista, colunista ou escritor já produziu algo que depois, ao fazer uma releitura, chega à conclusão de que não deveria ter produzido aquilo.
Não guardo arrependimento por ter escrito algum artigo especificamente, mas fazendo uma releitura de alguns, certamente não os escreveria novamente, pois foram escritos motivados pela raiva e até mesmo por ressentimentos, o que acaba por desqualificar a obra e o autor, além de fazer mal à alma.
Claro que não se trata de cair naquela do “esqueça o que disse”, posto que mesmos eventuais equívocos cometidos na vida sejam pedagógicos para que não voltemos a repeti-los.
Contudo, há algum tempo já venho seguindo o lema: escrever com indignação sim, com raiva jamais.
Peço desculpas por este “parêntese” no blog, mas precisava dizer isso aos leitores.