Na denúncia que
protocolou no STF há uma semana, o procurador-geral da República
Roberto Gurgel acusa Renan Calheiros da prática de três crimes:
peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Se condenado,
o senador pode pegar até 23 anos de cadeia. Sem mencionar a multa, a
perda do mandato e o enquadramento na Lei da Ficha Limpa.
Deve-se ao
repórter Diego Escosteguy a revelação do teor do documento redigido pelo
procurador-geral. O material impressiona pela contundência. Escorada em
achados da Polícia Federal, a peça de Gurgel não deixa dúvidas: ao
devolver a Renan Calheiros a poltrona à qual ele renunciara em 2007, o
Senado guinda à presidência um candidato a réu. Abaixo, os detalhes da
encrenca:
1. Papelório inidôneo:
2. Origem do inquérito:
3. Peculato e falsidade:
4. Recursos insuficientes:
5. Vaivém de cheques:
6. Rebanho fantasioso:
7. ‘Espantosa lucratividade’:
8. Vida espartana:
9. Desvio no Senado:
10. Empréstimos camaradas:
Como se vê, os
senadores poderão alegar qualquer coisa quando o retorno de Renan à
presidência do Senado desembocar em crise. Só não poderão dizer que não
sabiam o que estavam fazendo. Procurado, Renan não quis comentar o teor
da denúncia de Gurgel. A peça do procurador-geral encontra-se sobre a
mesa do ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo no STF. Caberá
a ele redigir o voto que guiará o julgamento do caso no plenário do
tribunal. Não há prazo para que isso ocorra.