quarta-feira, 5 de março de 2014

A SECA E A DESILUSÃO

A seca e a desilusão
Poeta Francisco Cândido

Olha para o céu tão azul,
Esperando a chuva que não vem
E pensa ir embora  para o sul
Pois  lhe falta  paciência e vintém.

São dois anos consecutivos de seca
E até a sua esperança já secou
Matou a alegria da sua pobre reca.
No berço de vida e morte a Deus orou.

Jurou esperar pelo o dia de São José
E se até lá não chover forte por aqui
Vou embora dessa terra, dar um rolé
Lá para as bandos do sul, longe daqui.

O gado  tá morrendo de tanta fome,
Home de Deus, faz doer meu coração!
Parece assombração que vem e some,
Pois ainda falta água e todo tipo de ração.

Sonhei com a transposição do velho Chico
Mas a burocracia  matou minha esperança
E sem ela, tão verdinha, aqui já não fico.
A espera sem fim faz doer meu coração.

O sertão é uma grande espera
Por água, por chuva, por decisão
A procissão dos excluídos se desespera
Ante o abandono que gera desolação...
Olha para o céu tão azul,
Esperando a chuva que não vem
E pensa ir embora para o sul
Pois lhe falta paciência e vintém.

São dois anos consecutivos de seca
E até a sua esperança já secou
Matou a alegria da sua pobre reca.
No berço de vida e morte a Deus orou.

Jurou esperar pelo o dia de São José
E se até lá não chover forte por aqui
Vou embora dessa terra, dar um rolé
Lá para as bandos do sul, longe daqui.

O gado tá morrendo de tanta fome,
Home de Deus, faz doer meu coração!
Parece assombração que vem e some,
Pois ainda falta água e todo tipo de ração.

Sonhei com a transposição do velho Chico
Mas a burocracia matou minha esperança
E sem ela, tão verdinha, aqui já não fico.
A espera sem fim faz doer meu coração.

O sertão é uma grande espera
Por água, por chuva, por decisão
A procissão dos excluídos se desespera
Ante o abandono que gera desolação...

Poeta Francisco Cândido