Pífio, improdutivo, com mediação confusa e conteúdo pobre, além de alterações toscas. Nenhuma contribuição ao eleitor.
Educação, saúde e sobretudo a crise
administrativo - financeira a ser herdada pelo futuro governante do Rio
Grande do Norte não foram focadas no debate promovido à noite dessa
terça-feira (30), pela InterTV Cabugi.
O evento foi disparadamente um dos
debates mais medíocres dos promovidos até o momento na atual campanha,
com candidatos ao Governo do Estado. Para complementar o desastre,
começou às 22h48 minutos, deixando muito telespectador com a acertada
opção de ir dormir mais cedo.
Entre os candidatos participantes,
Robério Paulino (PSOL) teve o momento de maior lucidez. Depois de largar
a verbo - mania sobre pesquisa (Oh, my God!), soltou a visão mais
clarividente da contenda estadual em relação aos principais debatedores:
- “Seu” Robinson queria tá (sic) no acordão do “seu” Henrique e “seu” Henrique queria Robinson no acordão dele”.
Perfeito. Exatamente assim, sem tirar nem por.
Henrique Alves (PMDB) pareceu mais
amarrado, ao contrário de outros debates. Chegou a apontar a experiência
da Base Integrada Comunitária (BIC) lançada pela prefeita cassada e
afastada de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), como panaceia para a
segurança pública do estado, o que é um absurdo, além de derrapar na
verdade.
Afirmou que a BIC do bairro Santo
Antônio está desativada na nova gestão. Candidato, a segunda foi até
inaugurada na área dos conjuntos Abolição. Informe-se.
Robinson Faria (PSD) apostou no surrado
epíteto de “candidato do acordão” para tentar irritar o adversário
Henrique, “candidato da pirotecnia, que tem solução para tudo”. Mas quem
terminou fora de controle foi ele mesmo.
Cobrou que Henrique listasse os “cinco
projetos” que teria apresentado numa carreira parlamentar de 44 anos.
Henrique brincou com a passagem do adversário pela Secretaria de
Recursos Hídricos do Estado, atestando que ele só perfurou um poço.
“Candidato de um poço só”, cunhou com leve sorriso.
Apesar de Robinson definir Henrique
Alves como “nervoso”, em três momentos foi ele perdeu a fleuma com
Araken Farias (PSL). Disse que Araken estava fazendo “pergunta de
aluguel”, ao negar que empresa de sua família tivesse cometido crime
ambiental com multa milionária de 120 milhões de reais.
Irritação
Noutra situação, Araken tirou-o do prumo
novamente quando retomou o assunto. Robinson interveio sem microfone,
levando o debatedor do PSL a abrir os braços e pedir intervenção do
mediador, para poder continuar falando sem ser atrapalhado.
No terceiro caso da irritação, Robinson
falou com olhar encrespado e dedo em riste para Araken. Afirmou que o
candidato do PSL “aderiu ao acordão”, pediu respeito à memória do seu
pai, empresário Osmundo Faria, um homem “sério”, além de
professoralmente afirmar que ele (Araken) “não sabe ler”, alusão
novamente ao tema da suposta multa por crime ambiental.
Entre Henrique Alves e Robinson, de novo
veio à tona o tema cansativo do entendimento no período de
pré-campanha, que os dois por pouco não teriam formalizado. Cada um com
sua versão. Sem novidades.
Henrique relatou que Robinson esteve
próximo de fazer parte do seu palanque; Robinson procurou exorcizar a
versão, sem negar detalhes levantados pelo contendor.
Segundo Henrique, Robinson aceitava uma
aliança, desde que tivesse garantia de ser presidente da Assembleia
Legislativa. Assim, deixaria de lado a candidatura própria. “Essa é a
verdade que há”, disse Henrique.
Considerações finais
Já Robinson Faria disse que Henrique propôs Fábio Faria (PSD), deputado federal e seu filho, para ser o vice.
Enfim, Robério e Araken terminaram
roubando a cena. E a candidata do PSTU – Simone Dutra – que não teve
lugar no programa, não fez falta. Ninguém percebeu sua ausência.
O próprio debate seria dispensável até
para o mediador, jornalista da Rede Globo de Televisão – Ari Peixoto,
que patinou nas regras e parecia sonolento, sem apetite para a tarefa.
Quase bocejava em alguns momentos. Arrastava-se num gestual lento para
apontar decisões que lhe sopravam no ponto eletrônico.
No final, ele – o mediador – foi
entrevistado por uma repórter da emissora, como se fora a principal
atração. Os debatedores, não. Vá entender.
Se você foi dormir mais cedo, parabéns.
Eu, por dever de ofício, precisei dormir bem mais tarde após três blocos
do programa e quase uma hora e meia de olhos fixos na tela. Em vão.
A melhor parte veio depois do último intervalo comercial, com as “considerações finais” dos candidatos.
Boa noite, digo, bom dia. Zzzzzzz!!!