quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DEBATE DOS GOVERNADORAVÉIS NA TV INTERCABUGI FOI FRAQUINHO...

Pífio, improdutivo, com mediação confusa e conteúdo pobre, além de alterações toscas. Nenhuma contribuição ao eleitor.
Educação, saúde e sobretudo a crise administrativo - financeira a ser herdada pelo futuro governante do Rio Grande do Norte não foram focadas no debate promovido à noite dessa terça-feira (30), pela InterTV Cabugi.
O evento foi disparadamente um dos debates mais medíocres dos promovidos até o momento na atual campanha, com candidatos ao Governo do Estado. Para complementar o desastre, começou às 22h48 minutos, deixando muito telespectador com a acertada opção de ir dormir mais cedo.
Henrique, Araken, Robério, Robinson e Ari: noite e madrugada dispensáveis (Foto: Cabugi)
Entre os candidatos participantes, Robério Paulino (PSOL) teve o momento de maior lucidez. Depois de largar a verbo - mania sobre pesquisa (Oh, my God!), soltou a visão mais clarividente da contenda estadual em relação aos principais debatedores:
- “Seu” Robinson queria (sic) no acordão do “seu” Henrique e “seu” Henrique queria Robinson no acordão dele”.
Perfeito. Exatamente assim, sem tirar nem por.
Henrique Alves (PMDB) pareceu mais amarrado, ao contrário de outros debates. Chegou a apontar a experiência da Base Integrada Comunitária (BIC) lançada pela prefeita cassada e afastada de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), como panaceia para a segurança pública do estado, o que é um absurdo, além de derrapar na verdade.
Afirmou que a BIC do bairro Santo Antônio está desativada na nova gestão. Candidato, a segunda foi até inaugurada na área dos conjuntos Abolição. Informe-se.
Robinson Faria (PSD) apostou no surrado epíteto de “candidato do acordão” para tentar irritar o adversário Henrique, “candidato da pirotecnia, que tem solução para tudo”. Mas quem terminou fora de controle foi ele mesmo.
Cobrou que Henrique listasse os “cinco projetos” que teria apresentado numa carreira parlamentar de 44 anos. Henrique brincou com a passagem do adversário pela Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, atestando que ele só perfurou um poço. “Candidato de um poço só”, cunhou com leve sorriso.
Apesar de Robinson definir Henrique Alves como “nervoso”, em três momentos foi ele perdeu a fleuma com Araken Farias (PSL). Disse que Araken estava fazendo “pergunta de aluguel”, ao negar que empresa de sua família tivesse cometido crime ambiental com multa milionária de 120 milhões de reais.
Irritação
Noutra situação, Araken tirou-o do prumo novamente quando retomou o assunto. Robinson interveio sem microfone, levando o debatedor do PSL a abrir os braços e pedir intervenção do mediador, para poder continuar falando sem ser atrapalhado.
No terceiro caso da irritação, Robinson falou com olhar encrespado e dedo em riste para Araken. Afirmou que o candidato do PSL “aderiu ao acordão”, pediu respeito à memória do seu pai, empresário Osmundo Faria, um homem “sério”, além de professoralmente afirmar que ele (Araken) “não sabe ler”, alusão novamente ao tema da suposta multa por crime ambiental.
Entre Henrique Alves e Robinson, de novo veio à tona o tema cansativo do entendimento no período de pré-campanha, que os dois por pouco não teriam formalizado. Cada um com sua versão. Sem novidades.
Henrique relatou que Robinson esteve próximo de fazer parte do seu palanque; Robinson procurou exorcizar a versão, sem negar detalhes levantados pelo contendor.
Segundo Henrique, Robinson aceitava uma aliança, desde que tivesse garantia de ser presidente da Assembleia Legislativa. Assim, deixaria de lado a candidatura própria. “Essa é a verdade que há”, disse Henrique.
Considerações finais
Já Robinson Faria disse que Henrique propôs Fábio Faria (PSD), deputado federal e seu filho, para ser o vice.
Enfim, Robério e Araken terminaram roubando a cena. E a candidata do PSTU – Simone Dutra – que não teve lugar no programa, não fez falta. Ninguém percebeu sua ausência.
O próprio debate seria dispensável até para o mediador, jornalista da Rede Globo de Televisão – Ari Peixoto, que patinou nas regras e parecia sonolento, sem apetite para a tarefa. Quase bocejava em alguns momentos. Arrastava-se num gestual lento para apontar decisões que lhe sopravam no ponto eletrônico.
No final, ele – o mediador – foi entrevistado por uma repórter da emissora, como se fora a principal atração. Os debatedores, não. Vá entender.
Se você foi dormir mais cedo, parabéns. Eu, por dever de ofício, precisei dormir bem mais tarde após três blocos do programa e quase uma hora e meia de olhos fixos na tela. Em vão.
A melhor parte veio depois do último intervalo comercial, com as “considerações finais” dos candidatos.
Boa noite, digo, bom dia. Zzzzzzz!!!