Lençol, toalhas e até a banheira são focos para o contágio de DSTs.
Você já pensou nos riscos que um quarto de motel pode representar para
sua saúde? Quando a temperatura esquenta, pouca gente pensa nisso. Mas o
risco de contrair, principalmente, uma doença sexualmente transmissível
DST existe.
Para se ter ideia, alguns vírus, como o HPV, por exemplo, podem
sobreviver por até sete dias em uma superfície.? Se os cuidados com a
higiene não estiverem totalmente alinhados, as chances de contaminação
são enormes. Banheiras e lençóis podem guardar uma grande quantidade de
vírus, que podem gerar desde problemas mais simples como a candidíase
até os mais sérios como o HPV ?, explica o médico mastologista do Hospital A.C.Camargo, Levon Badiglian Filho.
O administrador de empresas Renato conta que pode comprovar como a má
higienização de um estabelecimento é capaz de provocar danos ao
organismo. "Um dia depois de passar a noite em um quarto de motel
comecei a sentir coceiras na região genital. Fiquei quase uma semana
sofrendo com o problema, sem saber o que estava acontecendo. Depois de
uma consulta com o urologista, descobri que havia contraído chato (uma
espécie de piolho que se fixa nos pelos pubianos)".
De acordo com o professor Antonio Carlos Morilha, especialista do Guia
de Motéis e colaborador da revista Moteleiro, os cuidados com o quarto
do motel devem ser colocados em primeiro plano. "As toalhas devem ser
esterilizadas e todo o quarto deve ser desinfetado, como banheiras,
sauna e cadeiras.
Assim, os riscos de contaminação são nulos e os adeptos podem ficar
tranquilos", explica. "O cliente que perceber algo errado deve informar
imediatamente a recepção, além de se informar sobre todos os cuidados
com a higiene do motel".
Raio-X do quarto
De acordo com o médico do A.C. Camargo, a primeira atitude é prestar
atenção nos pequenos detalhes do lugar que você frequenta. "Fazem parte
das medidas de segurança procurar estabelecimentos que apresentem o
mínimo exigido de condições higiênicas, observar a aparência da fachada
externa (que pode dizer muito sobre o ambiente interno), além de
desconfiar de preços muito baixos", explica Levon. Outros sinais podem
estar invisíveis aos olhos, por isso que os cuidados devem ser
redobrados.
"Devemos analisar todos os objetos que entrem em contato com a mucosa e
principalmente com os órgãos genitais. Principalmente, aqueles que sejam
de difícil esterilização, como banheiras e bancos, já que muitos vírus e
bactérias causadores de doenças são bastante resistentes", diz o
mastologista. "Alguns micro-organismos sobrevivem em superfícies inertes
e secas por um longo período de tempo, como o gonococo (causador da
gonorreia), que permanece ativo de 1 a 3 dias e o HPV, até 7 dias" .
Há quem prefira levar para o motel um pouco de álcool para desinfetar o local como forma de se precaver. Mas será que essa é a solução mais indicada? "O álcool em gel a 70% é ótimo para eliminar qualquer vestígio de vírus. Mas, vale lembrar que essa é obrigação dos estabelecimentos, e se a pessoa faz isso é por que não confia no padrão de limpeza do motel", explica o mastologista.
Banheira: marcas de ferrugem ou de manchas são sinais de má higiene. A melhor opção é não usar e desistir do estabelecimento.
Assento sanitário: existem motéis que apresentam um lacre de
higienização; esses são os mais confiáveis. Mesmo assim, observe se
houve a limpeza, caso contrário, avise a recepção e procure outro
lugar.
Toalhas: as toalhas devem ser brancas e não podem apresentar
nenhum indício de manchas. Prefira os estabelecimentos que usem o
processo de esterilização e mande as toalhas ensacadas individualmente.
Lençol: mesmo uma manchinha pequena indica que a limpeza não foi
realizada da maneira correta. Se a sujeira ainda está lá, os vírus
também podem estar.
Piscina: antes de mergulhar, preste atenção na cor e no cheiro da água. Qualquer fator incomum precisa ser levado em consideração.
Cadeiras: os bancos e cadeiras precisam estar limpos e secos, e
mesmo se tudo estiver em ordem prefira colocar a toalha antes de
sentar-se.
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