domingo, 17 de fevereiro de 2013

DEPUTADO JOSÉ ADÉCIO DIZ: ROSALBA TEM TUDO PARA FAZER DO RN UM CANTEIRO DE OBRAS.


Agropecuarista, engenheiro civil e deputado estadual no exercício do seu sétimo mandato, José Adécio mostra-se otimista com relação ao governo Rosalba Ciarlini, a partir de agora quando o Estado receberá mais de R$ 1 bilhão do Banco Mundial para investimentos nos diversos setores. Com 37 anos de atuação parlamentar, José Adécio é um dos fundadores do antigo PFL no Estado, hoje DEM. 

Trechos da entrevista concedida ao Jornal de Hoje, edição deste sábado (17):

JH– Na condição de agropecuarista, que diagnóstico o senhor tem do problema da seca no Estado?

JOSÉ ADÉCIO – Esse é um fenômeno que acontece ciclicamente. Desde que me entendo por gente, ouço falar em seca e pouco tem sido feito pelas autoridades para minimizar os seus efeitos devastadores. A de 2012, então, tem sido cruel porque os rebanhos estão sendo dizimados. Existe falta d´água e comida para alimentar o gado. De certa forma, o humano conta com programas governamentais, mas os animais estão sofrendo muito. Tem que haver programas urgentes e eficazes.
JH – Quais as ações de governo que têm chegado ao interior?

JA  – Apenas algumas coisas timidamente, como distribuição de ração animal através da secretaria da Agricultura. É preciso que os governos, municipal, estadual e federal unam-se num esforço conjunto porque a situação é de extrema gravidade.
JH – Numa visão macro, o que deve ser feito para o Nordestino conviver com a seca?

JA – Na minha visão, uma política definida pelo Congresso Nacional que disponibilize recursos para combater um problema secular que se repete praticamente todos os anos. Na Constituição Estadual tem um artigo de minha autoria criando um fundo para cuidar disso, mas nunca foi colocado em prática. No meu entendimento, devem ser intensificados e disseminados programas de construção de barragens e poços tubulares, tanto no cristalino quanto nos espaços sedimentares para produzir água de boa qualidade para irrigação, consumo humano e animal.
JH – O programa de adutoras chegou à exaustão?

JA – Em alguns lugares, sim. É preciso que se cuide disso. É necessário e urgente que se faça uma fiscalização rigorosa para coibir abusos praticados ao longo das adutoras com pessoas retirando água clandestinamente.
JH – O senhor é um dos maiores defensores de mais assistência para o homem do campo, principalmente nesse momento de dificuldades. Como está, por exemplo, o Programa do Leite?

JA – Sempre fui um entusiasta do Programa do Leite, uma iniciativa importante do então governador Geraldo Melo. O programa cresceu no governo Garibaldi Filho, mas começou a apresentar distorções que precisam ser corrigidas. Atualmente, o Programa do Leite não beneficia quem deveria beneficiar que são os pequenos, médios e grandes produtores, além das pessoas carentes que recebem o produto. É inadmissível e intolerável que em vez das usinas estejam comprando leite em pó e não ao produtor do Rio Grande do Norte. Continuo sendo um crítico dessa prática nociva a nossa economia. Fui relator da CPI do Programa do Leite e fizemos proposições e adotamos decisões que foram encaminhadas ao Governo do Estado, Tribunal de Contas, Ministério Público e Procuradoria Geral, objetivando melhorar o programa. A bacia leiteira praticamente desapareceu e a qualidade do leite é questionável. Quando os laticínios reclamam e todos estão insatisfeitos é porque tem algo errado.
JH – Qual a avaliação que o senhor faz da mensagem anual lida pela governadora Rosalba Ciarlini na Assembleia Legislativa nesta última sexta-feira?

JA – Faço uma avaliação ao meu estilo. O governo tem acertos e desacertos. É preciso mais agilidade em alguns setores, mas acredito que a tendência é o governo melhorar e torço para que isso ocorra. O Banco Mundial aprovou 540 milhões de dólares para investimentos no Rio Grande do Norte, o que significa mais de 1 bilhão de reais, mas é preciso que exista projetos e gestores com competência e agilidade para por em prática esses projetos. Entendo que uma das razões das dificuldades do governo foi o Plano de Cargos e Salários dos Servidores Estaduais que foi aprovado pela Assembleia Legislativa no governo passado sem que tenha havido o cuidado de avaliar se havia recursos necessários para fazer face à essas despesas.
JH – A oposição tem sido cruel com a governadora?

JA -  No meu entendimento, não. Oposição é para fazer oposição, governo é para ser governo. Não acredito num lado só. Em tudo tem que haver concordância e discordância. A oposição é importante na democracia e no exercício do contraditório.
JH – O senhor acredita no sucesso do governo após dois anos de dificuldades?

JA – Sou muito otimista. A governadora tem tudo para fazer uma grande gestão. O então governador Garibaldi Filho, faltando dois anos para concluir o seu mandato, vendeu a Cosern por 700 milhes de reais e transformou o Estado. É tanto que venceu as eleições para José Agripino no primeiro turno. Rosalba, que foi competente gestora em Mossoró, tem tudo para fazer do Rio Grande do Norte num canteiro de obras.
JH – Qual sua expectativa com relação a 2014?

JA – Existe uma candidatura posta do vice-governador Robinson Faria, que tem viajando muito ao interior e tentado unir a oposição. Pesquisas indicam Wilma de Faria bem avaliada e a governadora Rosalba Ciarlini, que certamente será candidata à reeleição. Vejo também o PMDB com possibilidade de apresentar candidatura própria ao Governo do Estado, mas entendo que muita coisa poderá acontecer.
JH – O senhor acredita na manutenção da aliança 
DEM/PMDB?


JA – Torço para que isso ocorra. Qualquer político de bom senso do DEM deve trabalhar por isso. O PMDB tem dois expoentes da política estadual que são o senador Garibaldi Filho e o deputado Henrique Eduardo e na minha visão é importante a manutenção dessa aliança. Mas é um problema do PMDB. Eu, particularmente, votei em Garibaldi Filho três vezes e tenho um bom relacionamento com o deputado Henrique Eduardo.