Nas últimas semanas, os meios de comunicação do Brasil devem ter
produzido um dos maiores volumes do mundo em termos de cobertura da
renúncia do líder de uma religião – e é disso que se trata o
catolicismo, apenas uma religião – e da escolha de seu sucessor.
No último domingo, vários dias após aquela escolha, o noticiário
internacional do jornal Folha de São Paulo, de 17 matérias que publicou,
9 delas foram referentes ao novo líder da Igreja Católica, o Papa
“Francisco”.
Claro que boa parte dessa cobertura se deveu a denúncias contra ele
feitas na Argentina, no sentido de ter sido cúmplice da ditadura militar
que se abateu sobre o país nos anos 1970, mas, ainda assim, o volume do
noticiário soou desproporcional.
Além disso, após a eclosão de uma onda de denúncias contra o jesuíta
Jorge Bergoglio que começou minutos após o anúncio de seu nome como novo
Papa – e que se tem a impressão de que não pôde ser evitada –,
sobreveio um noticiário talhado para desmentir as acusações.