Quando leio e ouço que assistimos ao fim
de um ciclo político no município de Lagoa Nova, às vezes sorrio. Não é um riso
cético. É que cada vez mais enxergo o lado A e B como imagens
sobrepostas.
Em seguida, vêm quatro indagações: se
existe um novo ciclo em gestação quais seriam os novos atores? Quais são
as novas forças políticas? Quais são as novas ideias? Quem organiza o
debate de ideias?
Quando o lado que se quer mais novo
ensaia responder as questões anteriores, a sobreposição os torna ainda
mais semelhantes. Basta olharmos para alguns dos personagens.
Nesta semana, no facebook respondi a uma
provocação de um amigo que é do “novo e o trabalho tem que continuar”, com a seguinte assertiva: erram
aqueles que creem que o jogo político lagoanovense só se desembrulha pela
via da cooptação dos setores mais atrasados do município.
A cooptação e gestão de setores do atraso no município são uma, entre tantas, das verossimilhanças entre o lado A e B.
O clima de debate que ensaiam é o da
bola parada. Você é isso ou aquilo. Se você não está comigo, é contra
mim. Daí quando tentam ir ao jogo é só chutão. No chutão o jogo se dá na
baixíssima política.
Nesse cenário de vazio – ou se preferir
de bola parada e canelada – uma possibilidade seria deslocar o embate
político para: mais a esquerda. Mas, quem seriam os atores desse
deslocamento? Quem?
Se fosse à direita não seria difícil saber, bastava sobrepor as imagens do lado A e do lado B.