Uma mochila com a cabeça de um homem que era marido de uma soldado da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro de São Carlos, na Zona
Norte do Rio, foi deixada na porta da casa da família, em Realengo, na
Zona Oeste da cidade, na madrugada desta terça-feira. A vítima foi
identificada como João Rodrigo Silva Santos, de 35 anos.
A
informação sobre o assassinato é de policiais militares do 14º BPM
(Bangu). Eles ficaram no local até a chegada de uma equipe da Divisão de
Homicídios (DH). A cabeça foi levada num rabecão para o Instituto
Médico-Legal (IML).
A mochila foi encontrada por parentes da
vítima - que era comerciante - quando saíam de casa para trabalhar. A
área foi logo isolada. As motivações do crime ainda são desconhecidas.
Policiais do batalhão de Bangu fazem buscas na região à procura do corpo
de João Rodrigo. Eles não descartam a hipótese de o crime ter sido
praticado por traficantes de drogas.
Sequestro antes de morte
Segundo
Afonso Silva, irmão da soldado Geísa Silva, de 31 anos, João Rodrigo
estava desaparecido desde a noite de segunda-feira. Ele foi sequestrado
quando fechava sua loja de suplementos alimentares, também em Realengo. O
carro dele, um Hyundai i30, foi levado pelos bandidos e ainda está
desaparecido.
Ao ver que o marido demorava para chegar em casa e
sem conseguir contato com ele, Geísa ligou para o 14º BPM às 21h. Uma
hora depois, procurou a 33ª DP (Realengo) para registrar o
desaparecimento de João. Afonso contou que o casal estava junto havia 11
anos.
- Nós agora só queremos saber onde está o corpo do meu
cunhado. Não temos ideia do que motivou o assassinato. Queremos Justiça e
também que Realengo melhore. A região está muito violenta - disse
Afonso.
Ele contou que João já foi jogador de futebol do Bangu,
Madureira e Boavista - times que disputam o Campeonato Carioca. Ele
deixou o esporte para se dedicar ao comércio.
Vizinhos que moram em frente à casa da PM contaram que ouviram
a mulher gritando, por volta das 5h30m: "Meu Deus, é o João! É a cabeça
do João!".
- Era um casal feliz, uma família tranquila. Não dá
para saber o que pode ter motivado um crime estúpido como esse - disse
um vizinho, que pediu para não ser identificado.
Policiais da Corregedoria da PM foram à casa da soldado para conversar com ela. A policial está na DH para prestar depoimento.
Fonte: Extra